Quem se interessa um bocadinho que seja por jornalismo sabe que este assenta numa forma de olhar o mundo e o descrever. Um jornalista é, por pressuposto, alguém que gosta de ouvir “histórias” e de as contar, alguém que gosta de observar e tirar notas sobre aquilo que vê e ouve. Pelo menos, no jornalismo tradicional é assim que funciona. O ameaçado jornalismo de imprensa. Do novo jornalismo há uma vertente que tem conquistado os amantes da imagem. O fotojornalismo – a arte das fotografias informativas – parece estar cada vez mais na moda.
A verdade é que se dizem que “uma imagem vale mais que mil palavras”, então, o jornalismo de imprensa tem mesmo razões para se sentir ameaçado. As informações que se podem adquirir através de uma só imagem podem efectivamente ultrapassar frases e frases escritas. Em situações mais críticas, principalmente, a fotografia consegue chocar ao mostrar a realidade tal como esta é. Seja em cenários de guerra, ou no dia-a-dia do terceiro mundo.
É verdade que há fotografias chocantes e que se tornaram inesquecíveis por evidenciarem a maldade humana. Contudo, também é verdade que, muitas vezes, o fotojornalismo procura captar a humanidade nestes momentos. E assim foi desde que surgiu a fotografia. Por isso é que ficam para a história fotografias como “O Beijo” – uma fotografia de Agosto de 1945 em que, próximo o fim da 2ª Guerra Mundial, há um marinheiro que beija uma enfermeira que ali estava. Alfred Eisenstaedt captou e eternizou este momento de emoção.
E quem estuda história percebe todos os dias a importância da fotografia, a forma mais exacta de contar as histórias que encantam os profissionais do jornalismo. Porém, mais que isso, a fotografia procura descobrir a humanidade. E o fotojornalismo é, pois, a forma mais objectiva de mostrar essa humanidade, sempre presente mesmo em momentos de guerra. O fotojornalismo pode, por isso, ser considerado o jornalismo mais sincero e credível… e também o mais humanista.