Hoje em dia, muitas são as pessoas que têm animais de estimação e só quem nunca os teve pode ficar na dúvida se estes pensam ou não. Ao longo dos anos e de uma forma contínua, têm sido feitos estudos com animais de maneira a conseguirmos entender até onde é que estes seres podem realmente ter pensamentos e inteligência.
Essa dúvida aumenta ainda mais quando se trata de comportamentos estratégicos em animais selvagens no seu próprio habitat. Estudos indicam que os animais têm memória; conseguem melhorar as suas habilidades através de um processo de ensinamento de tentativa-erro ou treinamento com recompensa, isto em testes realizados por nós. Mas quando toca a animais selvagens que tomam iniciativas e têm comportamentos sem qualquer intervenção humana, o caso deixa-nos a pensar.
Alguns destes exemplos mostram que estes animais selvagens são capazes de desenvolver novos comportamentos e repassá-los aos outros, como no caso da Macaca Fuscata, a Imo, da Ilha de Koshima, que começou a passar a batata doce por água antes de a meter na boca e mais tarde, todos os outros começaram a imitá-la, criando um hábito. Temos também outros casos como algumas espécies que possuem grandes estratégias de caça e de “guerra”, sem nunca lhe terem ensinado antes. Outro caso exemplar da existência da inteligência animal é o uso de ferramentas que por vezes é feito não com ensinamento mas sim pelo instinto, e isso dá que pensar.
Eu tenho dois gatos, um deles desde pequenino e nunca lhe ensinei nada, no entanto, se ele tiver fome e a vasilha dele estiver vazia, ele mordisca-me as pernas e mia, é o comportamento que ele próprio criou para me dizer que a vasilha está vazia e que ele é um esfomeado e no entanto eu nunca lhe ensinei nada. O mesmo acontece com a lareira. Desde que comecei a acender a lareira, quando não acendo o meu gato deita-se na caminha dele, que está junto à lareira e olha para mim e depois olha para a lareira, no entanto eu nunca lhe ensinei nada disto.
Os animais são inteligentes à sua maneira, uma maneira certamente mais descomplicada que nós. Seja por instinto, seja por ensinamento estes Seres são mais práticos do que nós na sua ingenuidade, adaptando-se ao meio em que vivem e conseguem mostrar-nos sem rodeios do que é que gostam e do que é que não gostam, enquanto nós, humanos, damos mil e uma explicação muitas vezes só para dizer sim ou não. O mesmo é aplicável aos sentimentos, nós humanos, supostamente dotados de inteligência, somos capazes de fazer mal aos nossos próprios filhos, mas nos animais, na maior parte das espécies é observado um elevado grau de proteção das crias, não apenas dos progenitores como também dos próprios grupos formados pela mesma espécie.
Creio que se fôssemos mais práticos, a nossa inteligência seria maior e não baseada em padrões. A realidade é que os animais o fazem de uma forma tão simples e natural, seja de forma independente ou em grupo, uma vez que eles conseguem definir estratégias que por vezes nem nós o conseguimos e são capazes de nos ensinar algumas coisas com os seus comportamentos.