Numa era digital, onde tudo se torna excessivamente acessível, jovens e adultos, escondidos atrás de um ecrã, disfarçados das suas insuficiências sociais, praticam actos de violência verbal de índole dúbia.
Inúmeras vezes assistimos em publicações nas redes sociais a comentários ofensivos, onde a calúnia, a difamação, a inveja e o arrastamento da imagem estão bem patentes. O ego actual da sociedade, não suporta que aquele ou aquela mostrem uma vida mais esplendorosa que a nossa. Apesar de muitas publicações não reflectirem a vida real, mas uma vida de fachada, quem comenta não tem o pudor de prejudicar a vida alheia unicamente por despeito.
Entre agressor e agredido a distância é demasiado ténue. Agredir é um acto de cobardia. Ofende-se por gozo, porque a liberdade que é concebida nas redes sociais não tem limites, porque não se pode ser identificado, porque denegrir a imagem de outro levanta o nosso ego.
Será assim tão importante colocar a vida do outro em risco? Será que se fosse connosco também gostaríamos de sermos enxovalhados, que a nossa família fosse maltratada ou que por um mero comentário as nossas relações familiares e de amizade fossem destruídas?
Penso que não. Está na hora de nos colocarmos no lugar do outro, de termos respeito pelo nosso semelhante. Não podemos difamar ou caluniar alguém só por gozo, porque não gostamos desta ou daquela pessoa. Não podemos julgar as atitudes dos outros sem olharmos primeiro para dentro de nós.
Todos nós temos personalidades diferentes, não podemos agradar a todos, mas não é ao rebaixarmos alguém que vamos ser mais felizes. A felicidade está no nosso coração e não no julgamento que fazemos daquelas pessoas.
Vamos fazer das redes sociais um lugar aprazível, sem ódios nem invejas. Um sítio onde possamos partilhar ideias, trocar opiniões sem ofensas nem desrespeito. Onde possamos fabricar um mundo virtual, onde a amizade, o amor e a compreensão estejam sempre presentes.
Vamos ser felizes com o coração, não com a vida alheia.