
Estão aí à porta dois momentos onde a loucura no que diz respeito aos gastos monetários são uma realidade. Se no Natal existe um consumismo cada vez mais patente na nossa sociedade, o Réveillon, que em bom português é a comemoração de fim de ano ou início de outro, como preferirem, também tem os seus exageros.
Olhando para o consumismo das festas de Natal, claro, quem não gosta de ver uma mesa cheia, farta de doces e salgados? Provavelmente, não sentem o mesmo após algumas coisas serem colocadas no lixo por não terem sido consumidas.
É uma época de família, festa, luzes e luzinhas, um momento onde uns colocam de lado o orgulho e abrem os braços e outros a possibilidade de os fecharem para dar um abraço. Não é uma festa onde está em causa o tamanho do peru ou se o camarão era do calibre 50/60.
Os canais de televisão não facilitam e existe uma panóplia de publicidade já a passar, para avivar a memória de que quanto mais cedo se começar a delinear os passos para ter as prendas todas embrulhadas e os doces todos na mesa, mais depressa se esbanja o extra mensal – sim, o Subsidio de Natal como é apelidado. Contudo, atenção, o IMI está aí à porta – sim, o imposto municipal sobre imoveis, aquela “pequena” contribuição autárquica.
Será essa contribuição autárquica que gera a receita para os gastos em fogo de artifício para os festejos da entrada no novo ano? Obviamente que os comerciantes, não todos, assumem alguma despesa, contribuição para a iluminação, mas será necessário tanto dinheiro, para uns minutos de antena?
Sim, é uma questão de negócio. Dinheiro gera dinheiro, agências de viagem, unidades hoteleiras bem como outros negócios/serviços utilizados nestes eventos que se avizinham.
Com isto tudo, dá que pensar: Será que o calendário, quando foi concebido, foi para garantir uns trocos ou para renovar as esperanças?
De um lado, temos uma sociedade que vê o glamour das festas, desde a comida, à indumentária utilizada por cada interveniente. Do outro lado, temos aqueles que, para garantirem uma sopa, já é uma vitória.
Como condenar ou criticar, se em Portugal se fazem peregrinações a pé até Fátima durante dias e no dia-a-dia deixam os carros estacionados em cima do passeio para chegar mais perto das lojas?