It’s like, when you don’t know someone, they’re more interesting. They can be anything you want them to be.
– Conor
Este filme conta a história de Conor, um rapaz que, após mudar de escola, decide criar uma banda com o objetivo de impressionar uma rapariga de quem ele gosta.
Este é até à data o meu filme favorito de 2016, porque existe algo de muito genuíno tanto na premissa, como na forma como a história é contada. Mérito para o realizador John Carney, que tinha (quase) 10 anos antes dirigido o pequeno tesouro “Once”, e aqui repete o feito, tendo, como já é seu hábito, a música como elo de ligação entre tudo. A representação aqui não é o que mais brilha, mas é competente por todo o elenco jovem, com especial atenção para a atriz Lucy Bonyton, que viria a ter mais reconhecimento no filme “Bohemian Rhapsody”.
A banda sonora é fantástica, tanto a nível de música pertencente ao reportório de outros artistas, como as músicas originais que são no fundo as grandes estrelas de todo o filme. Para quem gosta de uma história simples, mas com muito coração e musicalidade, não procurem mais, este é o filme para vocês
* CUIDADO COM SPOILERS *
Esta história relata como Conor, um indíviduo que sente não pertencer a lado nenhum especificamente, se refugia na música, e no catálogo extenso do seu irmão mais velho, que é o grande impulsionador deste gosto desenvolvido em tão tenra idade. Quando Conor começa a reparar em vários videoclips com pessoas consideradas “da moda” e quando conhece Raphina (Lucy Bonyton) , que é uma atriz/modelo na própria história, ele decide que a maneira mais eficaz de a cativar, é dizer que ele tem uma banda e que gostava que ela fizesse parte do videoclip, o que de facto desperta o interesse desta. O único problema agora é de facto criar a banda, e é aí que o filme ganha mais vida, todo o processo de criação da banda, os vários elementos, a construção das próprias músicas, é tudo muito bem feito e dirigido e cria uma sensação para o espectador de acompanhamento em todo o processo e para quem gosta de música é um processo muito interessante.
As músicas, como já falei, são o coração da história, porque vão relatando os sentimentos de Conor relativamente a Raphina, “Drive It Like You Stole It”teve até algum sucesso nos Estados Unidos, o que não é assim tão comum, sendo uma música original. Entre as várias músicas originais destacaria também “To Find You” uma poderosa balada e que aponta um clímax do filme.
O final é algo ambíguo e propositadamente, não vou aqui revelar qual é ao certo, mas pode ser um final aberto a várias interpretações, e faz-nos questionar a realidade e o realismo de tudo, o que é a felicidade, se a verdadeira felicidade é possível de ser atingida. Acho que é um filme super simples mas com uma mensagem super profunda.