Pensar é qualquer coisa de muito perigoso. Não é para todos. Comumente, é mais fácil seguir os outros e, mais um entre muitos, seguir pelo rumo pelo qual todos vão, independentemente de nos ser benéfico ou de nos ser apenas agradável.
Ser a ovelha ronhosa, ser diferente no modo de estar e ser, normalmente, implica pensar pela própria cabeça e reagir ao pensamento com aquilo a que podemos chamar de “bom senso”.
Pensar é um privilégio que apenas alguns dispõem. Não falo em pensar de uma maneira genérica, mas de um modo mais científico/filosófico sobre as questões que às vezes nos parecem absurdas serem motivos para grandes pensamentos. Pensar implica questionar, pôr em dúvida, analisar situações por vários prismas, implica o conhecimento e implica, essencialmente, uma grande dose de curiosidade e de atrevimento.
E sabem que mais? O pensamento não é grande amigo da felicidade. Quanto menos pensamos, mais hipóteses temos de conhecer aquela “genuína felicidade” que têm os tolos ou os ignorantes. E tudo porque a realidade não é simples, nada é linear e tudo é suscetível de um grande “porquê”, de um enorme, “mas” ou de um imenso “não”.
Nada é taxativo, nada é cem por cento absoluto e, quem pensa, acaba por encontrar mais perguntas que respostas, mais dúvidas do que certezas.
Pensar dá muito trabalho e imensa dor de cabeça. Pensar causa problemas ao nível da ética, da moral e, especialmente, dos costumes. Pensar é uma faca de dois gumes, tanto te é benéfico, como se torna numa maldição.
Não é coincidência grandes génios da história universal terem perdido a batalha contra o pensamento e terem enlouquecido, assim como também não será coincidência tanta gente eximir-se de pensar e seguir os outros, em cegueira total.
É mais fácil e dói menos.