Algumas músicas são para se ouvir no volume máximo!
É assim que, para mim, melhor se traduz a música dos Limp Bizkit.
Desde 1994, ano de fundação da banda que o Fred Drust e os seus “muchachos” marcam o panorama musical mundial. O facto de terem conseguido estabelecer uma reputação global, deve-se muito ao álbum “Chocolate Starfish and the Hot Dog Flavored Water” de 2000 com uma sonoridade eletrizante e a rebeldia a pender para a loucura desenfreada. Os ingredientes reunidos e conjugados ajudaram trazer os Limp Bizkit para a ribalta.
Com uma ascensão meteórica no final dos anos 90 e início de 2000, a verdade é que, apesar de continuarem em atividade, têm estado um pouco apagados. O que se compreende! Uma banda que chega ao topo do céu, dificilmente se consegue manter por lá muito tempo, acontece com todas. E isso não quer dizer que a música não seja boa, mas provavelmente deixa de ter qualquer coisa de magia que lhes dá a projeção tão elevada.
Desde a sua origem em Jacksonville (Florida, EUA) há 30 anos atrás, que o grupo sempre se apresentou em público como: despretensioso, desbocado, revoltado e divertido, “uma banda de rock idiota” na definição de Wes Borland, guitarrista do grupo. O vocalista Fred Durst no seu modo de estar muito particular, com a imagem de um tipo recalcado e com mania de perseguição, contudo, controverso brindou os fãs, em diversos espetáculos, com berros e insultos contra ex-namoradas e todo tipo de “haters”. Essa atitude fez com que a crítica americana os rotula-se de: “a maior banda dos playboys universitários”.
Segundo os jornalistas da época: “Se havia um elemento que falava alto aos adolescentes naquela época, era este tipo de raiva incoerente, que os ajudava a purgarem suas frustrações”. O som dos Limp Bizkit reunia uma mistura de rap e rock e das bandas do new metal, foi a menos levada a sério pela crítica: os Korn, Slipknot e Linkin Park foram bem menos escarnecidos, durante o seu auge no final dos anos 90 e começo dos anos 2000. Contudo, a participação no festival de Woodstock 99 arruinou-lhes a reputação por completo…
No relatório policial divulgado após o evento: 44 pessoas foram presas e uma foi acusada de agressão sexual. Uma extensa lista de relatos, feitos por mulheres que sofreram abusos durante o festival foram publicados nas revistas e jornais americanos. A edição comemorativa do evento americano ficou marcada por casos de violência e de agressão sexual. Parte da produção do festival e membros de outras bandas acusaram o líder dos Limp Bizkit de incentivar o comportamento hostil da multidão. Quando o público parecia fora de controlo, a organização do festival pediu para que o Fred desse um recado aos fãs, para que se acalmassem. Vem vez disso, Fred Durst incitou ainda mais à desordem e ao caos, dando início a um motim. O público começou a destruir parte da estrutura do evento, as barreiras que vedavam o palco e as torres de som foram arrancadas e transformadas em plataformas.
Depois deste momento, a “luz” da banda não voltou a brilhar da mesma forma, apesar de se manterem em atividade. O álbum mais recente saiu em 2021: “Still sucks”. Em “Love and hate”, ouvem-se pessoas a conversas na introdução a dizer que odeiam a banda e chamam o vocalista de “o pior rapper branco que já existiu”. Apesar de terem passado 30 anos, a irreverência e controvérsia mantém-se como o motor de atividade desta banda.
Aprova é esta música, que adoro (para ouvir com o volume bem alto).
Na capa: O Limp Bizkit, com o vocalista Fred Durst no centro — Foto: Divulgação/Woodstock
Este artigo foi escrito seguindo as regras do novo Acordo Ortográfico.