A respeito do meu percurso houve uma pessoa que reparou que eu já pertenci a diferentes coletivos de escritores. Eu própria nunca tinha pensado nesses termos, mas é de facto uma realidade. Desde que comecei a publicar na adolescência que isto sucedeu, com diferentes níveis de envolvimento.
Os coletivos de escritores, ou de qualquer coletivo de autores e/ou artistas, são grupos de pessoas que se juntam em torno de atividades de escrita. Podem ser informais, como, por exemplo, grupos de escritores que costumem organizar algum tipo de encontro, ou formais, como um grupo de escritores que se organizem numa associação. Podemos ter grupos de escritores que tenha em comum publicar no mesmo jornal, ou na mesma editora, e podem mesmo representar um movimento – isto é, um grupo de pessoas que partilhe estéticas, normalmente inovadoras, e que se una para as dar a conhecer.
Os coletivos, formais ou informais caracterizam-se pela demonstração do trabalho dos seus membros, seja no caso dos escritores com a publicação de revistas literárias, coletâneas, a organização de encontros, saraus, slams de poesia… Podemos dar como grande exemplo, do movimento modernista em Portugal, a publicação da revista Orpheu.
Em vez de sozinhos no mundo, a escrever textos para a gaveta, ou a demonstrá-los no vago mundo da internet (o que normalmente é o mesmo que nada, porque ninguém os lê), os escritores que pertençam a coletivos podem ter, de certa forma, pelo menos leitores entre os colegas, e a oportunidade de participar em publicações que chegam a um público mais vasto, o que os escritores sozinhos teriam mais dificuldade em conseguir.
A partilha vai para além das oportunidades de divulgação e de publicação: porque há partilhas de experiências, talvez até de contactos, que possam fazer o escritor crescer enquanto autor e chegar um pouco mais além.
Neste momento, faço parte de um coletivo formal, a ASSESTA (Associação de Escritores do Alentejo) em que participo ativamente, não só como colaboradora, mas na parte da organização, uma vez que faço parte da direção. Também pertenço ao Clube de Leitura Transatlânticos, do qual surgiu informalmente um coletivo de escritores, com os quais colaboro com partilhas e textos, sendo que temos no momento duas coletâneas a fumegar no forno. Pensando bem, talvez o Repórter Sombra também seja um coletivo de escritores.
Ativos, podemos ainda encontrar o Clube das Mulheres Escritoras, o Mulherio das Letras (este vindo do Brasil para Portugal) e os Mapas do Confinamento (com o qual também tive uma colaboração). Talvez haja por aí mais que eu desconheça. Partilhem nos comentários outros coletivos do vosso conhecimento.
Nota: Este artigo foi escrito seguindo as regras do Novo Acordo Orotgráfico
Então, fazemos parte de, pelo menos, dois coletivos. 🙂 Muito interessante. Vou procurar o Clube das Mulheres Escritoras. 🙂
Eu já perdi a conta aos que faço e já fiz! Dêm a conhecer, assim como eu dei!
Excelente artigo. Como recém escritor, já senti esses benefícios e na realidade, estes coletivos vêm criar comunidades de escritores muitas vezes esquecidas e ignoradas por editoras e meios de comunicação mainstream.
Acho que andamos desencontrados, precisamos de encontrar os nossos coletivos e as editoras que publiquem os nossos tipos de texto!
Olinda és uma caixinha de surpresas constante, cheia de talento. Que texto tão oportuno <3
Obrigada! Beijinho grande!