O vírus, pé ante pé, desde de Setembro dizem uns, e Dezembro dizem outros, adentrou pelo mundo, cumprimentando-nos em forma de aviso e entrou sem se fazer de rogado em nossas vidas.
O Novo Coronavírus, ou o SARS-CoV-2, se quisermos ser exactos e minuciosos, esse que nos provoca o COVID-19 – a doença – é, no mínimo, assustador e apavorante.
Quão importante é a vossa liberdade?
Quão importante é o simples contacto social?
Quão importante é o afecto demonstrado fisicamente?
Pessoalmente, não sou de muitas manifestações de afectos e carinhos, nunca o fui. Contudo, passar o Dia do Pai sem conseguir dar-lhe um beijo ou um abraço demonstra que, de facto, o medo (e precaução) prevalece sobre todas as coisas.
Há uns dias, poucos, fiz anos. Data que nunca me preocupou muito, confesso, mas surgiu, na véspera de aniversário, a seguinte questão: como vou receber – e dar! – um beijo de parabéns aos meus pais, de manhã, ao acordar? Não vou dar. Não posso.
Não dei. Tive medo.
Os fenómenos emocionais despertam, agora, mais que nunca: medo, muito medo. Ansiedade, preocupação, frustração. Medo. Mas sabem uma coisa? Não há problema de ter medo! Dadas as circunstâncias, faz parte e faz bem para o cuidado e o bom senso imperar!
Sintomas irreais surgem espontaneamente e sem pedir licença, de forma psicossomática.
Lavar as mãos e desinfecta-las, medir a temperatura, ter todos os cuidados possíveis e imaginários não são suficientes para deixar de ter aquela sensação ligeira de dor de cabeça ou de garganta… Ou aquela tosse, que surge de quando em vez, que não está a parecer normal e habitual!
Das dúvidas e medos resultam as teorias conspiratórias sobre o imbecil do Coronavírus e sua origem. Pois, uma vez que a fonte efectiva é desconhecida (para alguns!), este desconhecimento e incompreensão desperta vários sintomas, passe-se a expressão.
As Teorias da Conspiração e suas Profecias
1. A culpa é da China
Para começar, alega-se que a China esconde o verdadeiro número de mortes causadas pelo COVID-19: os números oficias são mais de 70 mil, contudo e aparentemente, o valor dos mortos já superou um milhão. Com isto, acrescenta-se a possibilidade de uma cremação em massa pois imagens surgiram em praça pública onde reflectiam altos níveis de dióxido de enxofre em Wuhan e Chongqing.
Outra principal razão para que os dedos sejam apontados é da ocultação de factos: dizem que o primeiro caso foi descoberto em Setembro (e não em Dezembro, o mês oficial) e, desta forma e neste contexto, o tempo vale ouro. E dinheiro… A ocultação de factos é a incriminação da qual China é vítima pois tudo indica que o governo do país omitiu dados relativos ao COVID-19 e que, se assim não fosse, poderia ter evitado a pandemia mundial.
Além das acusações que a China está a sofrer relativamente à execução e fabricação do Coronavírus para posteriormente vender a vacina milagrosa (que, ironicamente, há notícias que afirmam a sua descoberta por lá), a origem de muitas pandemias não abona a favor da China, diga-se de passagem: Gripe Aviária, Gripe Suína e, agora e supostamente, o COVID-19.
A verdade é que após estas pandemias, a bolsa e acções de empresas do país sofreram uma queda. Para inverter a situação, a China foi às compras de acções e produtos sem olhar a preços e, assim, houve quem se apercebesse de que, pelos vistos, o mercado é dependente da China.
Em contrapartida e para sua defesa, a China alega que poderão ter sido as forças armadas do Estados Unidos de América levar o vírus para o país.
2. Afinal a culpa é dos EUA
A Rússia foi acusada de ter espalhado informação falsa e ter acusado os EUA de ter desenvolvido a vacina para entrarem em guerra económica. Com quem? Com a China, claro está!
A verdade é que a culpa morreu solteira e os EUA acusa a Rússia de desinformação e esta, por sua vez, nega determinantemente de ter lançado a notícia.
3. À la carte: Sopa de Morcego
Mesmo cientistas afirmando que não há uma ligação científica e efectiva entre o consumo de sopa de morcego e a pandemia, há quem defenda que a origem tem que ver com o consumo de sopa de morcego.
Entretanto, diz-se que há um herdeiro ao título de culpado no reino animal: segundo um estudo da Universidade Agrícola do Sul da China e do Laboratório de Ciência e Tecnologia Agrícola Moderna Lingnan, o pangolim foi o hospedeiro intermediário do Coronavírus, após este estar em contacto com os morcegos e/ ou seus excrementos.
4. O Coronavírus, afinal, é uma vacina
Teoria apoiada pelo movimento QAnon e do movimento anti-vacinação, diz que o Coronavíurs foi patenteado como vacina em 2015, segundo o site Buzzfeed.
No entanto, veio à tona que a patente da qual se referem, e pertencente ao instituto Pirbright do Reino Unido, é de uma versão de bronquite infeciosa aviária, destinada para as aves. Este movimento esqueceu-se de que o Coronavírus, além do COVID-19, tem mais família: o SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave) e o MERS (Síndrome Respiratória do Médio Oriente).
Hoje em dia, o Pirbright não trabalha com coronavírus humanos.
5. Bill Gates: culpado
Seguindo a teoria da vacina de Pirbright, chegamos a Bill Gates pois a Fundação Bill e Melinda Gates financia Pirbright Institute que, por sua vez, patenteou a vacina.
Porém, o FullFact realça que os fundos que o instituto recebe não se destinam às suas patentes.
6. O Coronavírus é uma arma biológica
… E, por isso, criada pelo Homem. Na internet diz-se que o Coronavírus foi criado num laboratório no centro de Prevenção e Controlo de Doenças de Wuhan, sem intenção (ou não…).
Estas alegações levaram 27 cientistas escreverem uma carta conjunta à revista científica Lancet onde se pode ler: “Estamos unidos para condenar fortemente as teorias da conspiração sugerindo que o COVID-19 não tem uma origem natural.”
7. Tecnologia como ré
No tribunal social e conspiratório, a tecnologia é a ré.
Um pesquisador e especialista em OVNIS, John Kuhles, alega que o coronavírus é resultado da exposição à frequência da rede 5G.
Como Wuhan é reconhecida como local de origem da pandemia e, também, a primeira cidade a implantar o 5G, logo foi por essa razão que o Coronavírus se propagou na cidade.
Embora haja estudos científicos, elaborados pelo Comitê Internacional de Segurança Eletromagnética, em 2005, que comprovam que as frequências de rádio usadas para a transmissão de 5G não apresentem efeitos nocivos à saúde, a teoria propagou-se através da rede social Facebook, tendo John Kuhles, desta forma, imensos seguidores da teoria.
8. Dean Koontz – o profeta
The Eyes of Darkness (“Os Olhos da Escuridão”, em tradução livre), de 1981, é o título do livro de ficção científica, de Dean Koontz, que previu (um pouco…) a actual pandemia.
As coincidências entre a realidade e ficção são algumas. O romance fala sobre uma arma biológica chamada “Wuhan- 400” desenvolvida em laboratório, próximo de uma cidade chinesa onde surgiram os primeiros casos de pessoas infectadas – e há quem defenda veemente esta possibilidade e teoria.
Felizmente, o COVID-19 não se assemelha à taxa de mortalidade do fictício Wuhan-400 que está nos 100%.
Ironicamente, aquando da edição do livro no início dos anos 80, o nome do vírus chamava-se Gorki-400, uma referência à uma cidade Russa. A alteração do nome deu-se no ano 2008 e não se sabe a razão.
9. A Professora psíquica e espiritual: a 2ª profeta
Outra profecia está no livro End of Days: Predictions and Prophecies about the End of the World (“Fim dos Dias: Previsões e profecias sobre o fim do mundo”, em tradução livre), co-escrito pela Professora psíquica e espiritual Sylvia Browne e publicado em 2008, onde se lê: “Em torno de 2020 uma doença grave semelhante a uma pneumonia vai espalhar-se pelo globo, atacando os pulmões e os brônquios e resistindo a todos os tratamentos conhecidos.”
Felizmente, há mais casos de recuperação e de sucesso que mortes!
A médium Sylvia Browne, morta em 2013, era conhecida nos EUA como uma profeta apocalíptica e, também, como plagiadora de mediunidade sendo, por várias vezes, acusada por outros médiuns.
Teorias da Conspiração à parte, assim como Profecias Apocalípticas, neste momento, o importante é, de facto, termos a cura e não culpados.
O importante e o primordial é juntarmo-nos num só, em sentido metafórico, e combatermos a pandemia que nos assola.
Juntos, eu sei, que iremos conseguir.
Sigam as recomendações da Direcção Geral da Saúde e todas as informações úteis sobre o COVID-19.
Liguem para a Saúde 24 – 808 24 24 24 – ou visitem o site informativo e de aconselhamento relativos à avaliação de sintomas aqui.
Também é visita obrigatória o site que o Governos lançou com informações relevantes sobre as medidas de prevenção: o Estamos On.
E lembrem-se: vai ficar tudo bem!