A história dos Meyerowitz poderia ser a história de qualquer um de nós. Não é necessário ser um dos três filhos, ser filho de um artista e narcisista, ser um músico sem futuro, ser uma filha esquecida na sombra ou um contabilista de sucesso menosprezado pela vitória.
Este filme é como um livro de contos, de crónicas sobre o quotidiano. Acaba por ter uma linha condutora, um espaço temporal relativamente curto, mas funciona como uma conversa de família. Como nós, numa reunião de família, contamos à mesa momentos marcantes para uns, esquecidos por outros, os Meyerowitz fazem o mesmo com humor e tragédia, até porque é disso construído o quotidiano. Preferem não encarar o futuro, porque o passado está sempre presente.
Assim, a história não é só deles. Podemos olhar para a família e ver cada um de nós em pequenos momentos, em alguns gestos ou reacções. Podemos ver o stress diário, a luta constante com a nossa conduta moral e o desejo do momento. Conseguimos entender a angústia do passado presente em cada esquina, sentimos a felicidade do reencontro com elementos da nossa família. A vida é drama, é comédia, são as histórias de várias famílias. Como a família Meyerowitz.