Uma especialização da divulgação científica que obedece a um determinado padrão, o da produção jornalística. Primeiramente deve ser considerado jornalismo, uma vez que depende de alguns critérios jornalísticos como a atualidade e até mesmo periodicidade, porém a distinção prende-se com a designada divulgação científica. O jornalismo científico procura não só informar o grande público como também suscitar a discussão e reflexão sobre os temas da ciência e da tecnologia.
O jornalismo científico tem vindo a ganhar terreno sobretudo com a internet, uma vez que a divulgação é mais alargada e abrange não só as ciências exatas mas também as ciências humanas. Revistas como a Newscientist, Popular Science, National Geographic e The Scientist.
Os temas científicos podem ser técnicos e substancialmente mais densos, mas os profissionais do jornalismo devem esforçar-se por criar um estilo de escrita acessível, envolvente e de fácil apreensão. Importa que a mensagem passada seja o mais simples possível dentro da complexidade que o tema científico tem. Ter uma escrita precisa não é sinónimo de uma escrita indiferente e alheia, mas antes uma forma de descomplicar o que o comum das pessoas classifica como espinhoso. Basta encontrar o ímpeto certo na divulgação da informação.
A ideia enraizada de objectividade jornalística liga-se à ciência já desde a década de 20, uma vez que significava que o encontro da verdade apenas era possível através do método rigoroso do cientista. Os investigadores e profissionais da época consideravam que só através da ciência é que os jornalistas podiam entender o rigor e exatidão com que deviam escrever para o público. Tanto uma área como a outra, ciência e jornalismo, são tipos de processos de conhecimento, sobretudo na produção do conhecimento e na forma como se estruturam as informações recolhidas.
Ambos os profissionais utilizam métodos de conhecimento da realidade baseados em ideias ou opiniões pré-formadas que, na maioria das vezes, necessitam ser testadas e comprovadas. No caso dos cientistas, as suposições que têm advêm de saberes acumulados de outros estudos, porém, no caso dos jornalistas, as informações advêm do conhecimento imediato, dos temas que pesquisaram no momento. É neste momento que a diferença impera – o cientista é especialista e o jornalista não o é.
O jornalista necessita testar estas hipóteses e/ou suposições em curtos espaços de tempo, no limiar do fecho da edição por exemplo, e necessita, com brevidade, dar a conhecer um determinado tema da forma mais simples possível e que o leitor entenda rapidamente. Um jornalista dá a conhecer a atualidade e transmite informações relevantes para que se possa entender o problema. O cientista, enquanto profissional, ignora este tipo de aspectos e é neste momento que o jornalista entra no terreno, sendo o responsável por divulgá-los. Os jornalistas divulgam o que os cientistas estudaram e, desde que sempre com rigor, são bem sucedidos no trabalho que fazem.