Depois de um mês de um descanso, A Voz do Editor regressa para mais uma temporada a falar do que está In e Out nas notícias que correm o mundo, mas, agora, com uma pequena alteração – deixamos as sextas-feiras nas belas palavras d’As Pedras da Calçada, do Leonardo Mansinhos, e passamos a abrir a semana com os destaques do que ocorreu na semana anterior.
Poderia achar que não há nada para dizer na primeira segunda-feira de Setembro, mas a verdade é que os tempos são de mudança e também a silly season mudou, tendo sido Agosto um mês repleto de acontecimentos. Desde uma crise financeira no maior banco privado em Portugal, a um orçamento rectificativo, passando pela troca de galhardetes nos candidatos nas directas do PS.
No meio de tanta movimentação, o que é que esteve In e o que esteve Out?
É made in Portugal, mas merece o reconhecimento internacional. Pela primeira vez, uma empresa nacional do sector cerâmico foi distinguida com o prémio A’Design Award – distinção Gold, em Itália. A Revigrés foi galardoada com o pavimento Revicomfort, na categoria “Materiais de Construção, Componentes de Construção, Estruturas e Sistemas”, no A ’Design Award & Competition.
Trata-se de um pavimento cerâmico amovível e reutilizável, de aplicação fácil e rápida, efectuada a seco e, segundo a empresa, é uma solução pronta a utilizar, que não danifica o pavimento preexistente e que permite o fácil acesso a sistemas ocultos. Todos os produtos vencedores da competição, entre os quais o pavimento português, foram distinguidos pela excelência em Design, Inovação, Tecnologia e Criatividade, e estão numa exposição organizada pelo MOOD – Museum of Outstanding Design, a decorrer na cidade italiana de Como.
Considerado um dos concursos mundiais mais abrangentes e prestigiados do sector, o A ’Design Award & Competition promove e reconhece as boas práticas em design, fomentando o contacto com os principais intervenientes do sector. Organizado anualmente contou, nos últimos cinco anos, com cerca de 30 mil participantes provenientes de 280 países. Ao longo dos últimos cinco anos, a competição contou já com a participação de 30.000 projetos provenientes de 280 nações. Portugal ocupa, atualmente, o 17º lugar no ranking dos países vencedores, liderado pelos EUA.
A Revigrés integra os projectos vencedores publicados no Yearbook – Winner Designs, que reúne os melhores a nível mundial. Assim, a qualidade de fabrico dos produtos cerâmicos portugueses vai ser reconhecida, através deste livro que estará disponível em vários pontos do globo.
Portugal em muitos sectores onde pode fazer pouco, mas faz bem, e não temos que ter uma atitude que no estrangeiro é que é bom. No que toca a este produto, estamos a falar de um sector tradicional português, que passou por períodos complexos e com crises profundas. É uma indústria que ao longo do tempo foi passando por diversas vicissitudes, mas que foi capaz de ressuscitar dessa crises e encontrar formas novas de estar no sector, inventando novos produtos novos conceitos e novas imagens.
Dunblane, Hungerford, Roterdão – quando é que o silêncio em torno do horrível abuso de crianças irá acabar?
Neste quadro, Roterdão destaca-se pela negativa de todas estas situações por um par de razões: o elevado número de abusadores e a quantidade de pessoas envolvidas (algumas sobreviventes, outras falecidas), numa estimativa de 1 400 crianças, que faziam parte de escolas secundárias e de 127 escolas de futebol. No entanto, o maior realce negativo que a situação de abusos a menores tem nesta cidade é o estrondoso silêncio que rodeou todos os acontecimentos. Ao longo dos anos, um sem número de crianças teve a coragem de contar os abusos de que eram alvo, só para serem desacreditados, castigados, gozados e, sumariamente, rejeitados pela comunidade em que estavam inseridos.
Em pequenos, dizem que devemos estar calados, que devemos ser vistos, mas nunca ouvidos. Não podemos responder, quando ralham connosco. Que temos dois ouvidos e uma boca por alguma razão. Não devemos falar, enquanto não falam connosco. Aguentar o que os outros decidem e não nos queixarmos. Até que uma criança, que havia sido regada com petróleo, ameaçada de ser queimada viva, violada sexualmente por um gang e obrigada a ver outros a sofrerem os mesmos maus tratos, consegue a extraordinária coragem de elevar a sua voz e contar o que lhe aconteceu. Com este acto, arrisca viver a vergonha da situação, o trauma de reviver os acontecimentos e de os contar às autoridades, o visionamento de provas filmadas e o questionamento de adultos, que tentam encontrar falhas na sua história. É uma coragem que a faz viver a culpa, a recriminação, as gozações, os insultos, num processo que serve apenas para retirar a infância a uma criança. Apesar de todos os contras, esta criança decide contar os horrores que viveu.
As investigações em Roterdão não irão revelar nada de positivo. Não existem circunstâncias mitigantes, ou mal-entendidos. O que existe, após tantos casos de abuso sexual de menores, é a oportunidade da sociedade afirmar, de forma clara e objectiva, que qualquer criança que seja corajosa o suficiente para contar os acontecimentos indescritíveis que viveu será ouvida e tratada com o respeito e a fé que merece. Isto não significa que os responsáveis pelos actos horrendos perpetuados por gerações não devam ser julgados, castigados e lingados, através dos meios de comunicação social, antes dos julgamentos começarem. Desta forma, é garantido que estes criminosos sem alma irão ser responsabilizados pelos seus actos, sem qualquer protecção.
O abuso vive do silêncio. Existe, porque aqueles que são suas vítimas acreditam piamente que o erro está nelas. Acreditam que são intrinsecamente malévolas e que a culpa é toda sua. Será isto tão surpreendente, tendo em conta as monstruosidades vividas em Roterdão?
Há cerca de uma década, um grupo de cientistas ensinou um computador a fazer uma chávena de café. Após um conjunto de lições, a máquina aprendeu a executar um conjunto de acções relacionadas com café, consoante determinadas indicações também relacionadas com café. Quando o computador processava a proximidade de uma chávena, sabia que tinha de iniciar o processo de moagem do café, até encher a chávena de uma certa quantidade de líquido, momento em que sabia que teria de colocar açúcar e terminar sabendo que, antes do fim do processo, teria de colocar uma colher na chávena.
Segundo um artigo publicado na Fast CoDesign, a lição que se retira desta experiência não é que fazer café instantâneo é algo muito fácil de fazer (não precisamos que uma experiência científica nos diga isso), mas sim que, de manhã, quando acordamos e dirigimo-nos para a nossa cozinha, nós funcionamos como se fossemos um computador programado. Vemos a cozinha e gravitamos em direcção à máquina de café. O ritual de preparação de um café é igual todas as manhãs, havendo poucas variações e ainda menos pensamentos. É um comportamento robótico que termina no momento em que se começa a beber o café.
Os estudos realizados sobre os hábitos comportamentais sugerem que as pessoas processam o momento de realização de um café como se fossem máquinas que não pensam. Todos os hábitos formam-se da exacta forma em que estás a pensar: tem o mesmo comportamento, no mesmo lugar, durante um largo período de tempo, e irás formar associações tão fortes, que só estar no local, ou pensa nele activa o hábito. Assim que este hábito for incorporado na nossa rotina, irá operar através de sugestões ambientais, que irão gerar acções e que, finalmente, permitirão ter uma conclusão satisfatória. O café não é diferente de outro hábito, sendo que a única diferença é que a recompensa está relacionada com a ingestão de cafeína.
É importante perceber que o hábito não é propriamente o café, mas sim o acto de fazê-lo em casa. Ou seja, essa primeira chávena de café pela manhã é um hábito, mas os cafés que são bebidos ao longo do dia não são hábitos, porque estão mais relacionados com a cafeína, ou, como é o caso de muitos, a necessidade procrastinar. A cafeína, é de notar, que pode facilitar na formação de um hábito, quando se começa a beber café, tal como a dopamina pode adicionar valor a um determinado comportamento, fortalecendo uma associação com um determinado contexto, ou uma determinada acção. No entanto, não é o estimulante que controla o hábito.
Nome: Hello Kitty
Idade: 40 anos
Aparência: É um gato, com a total aparência de um gato. Tem orelhas de gato, bigodes de gato, um pequeno nariz de gato e, estranhamente, não tem boca, mas, mesmo assim, é obviamente um gato.
Porém, parece que, afinal, a Hello Kitty não é um gato, pelo menos é o que os seus criadores afirmam. A revelação veio à tona, quando a antropóloga Christine R. Yano, da Universidade do Havaí, se preparava para montar uma exposição sobre a personagem no Japanese American National Museum. Christine Yano contou que, nos textos que usaria na exposição, descreveu Hello Kitty como sendo uma gata. Ao ter conhecimento disto, ela recebeu uma carta de correção da Sanrio, detentora da personagem.
“Fui corrigida imediatamente, Hello Kitty não é um gato. É uma menininha. É uma amiga. Mas não é um gato. Ela nunca é retratada sobre as quatro patas. Ela anda e senta-se como uma criatura de duas pernas. Ela até tem um gatinho de estimação chamado Charmmy Kitty”, disse Yano ao LA Times. Para além disso, o seu nome completo é Kitty White, é filha de George e Mary White e tem uma irmã gémea. Outra surpresa é que ela não é japonesa, mas sim, britânica, tendo o signo escorpião.
“Muitas pessoas não conhecem a história da personagem e muitos não se importam. Porém, é importante perceber que ela surgiu numa época em que os japoneses estavam muito ligados à cultura britânica. Toda a biografia da personagem foi criada para atender aos gostos das pessoas naquela época”, completou a estudiosa.