Em Portugal, os casamentos em Agosto popularizaram-se por ser o mês das férias e permitirem que toda a família, mesmo a mais alargada, possam deles participar, nomeadamente os emigrantes.
Todavia, o casamento como hoje em dia o conhecemos, nem sempre assim foi. A maior alteração verificou-se a partir do casamento da Rainha Vitória (1819-1901), com o Príncipe Alberto (1819-1861), em 1840. Na verdade, se até então as noivas não tinham por tradição usar branco nos seus vestidos, é esta Rainha que escolhe esta cor para o seu casamento, uma vez que pretendia que o vestido tivesse uma determinada renda, fabricada em Honiton, uma cidade do sudoeste britânico. Vitória populariza o uso do branco no vestido de noiva, favorecido pela circulação de gravuras do seu casamento.

As noivas dos grupos sociais mais favorecidos tendiam a escolher, até então, vestidos brocados, bordados a fio de prata, enquanto na Europa de Leste o vermelho era a cor mais usual, como ainda acontece em culturas orientais, como a hindu. Azul, amarelo e cores mais práticas como o preto, castanho, ou cinzento eram as habituais, até por questões de ordem prática, uma vez que os vestidos de noiva seriam posteriormente utilizados, sendo que aqueles que fossem brancos exigiam uma maior manutenção e cuidados de limpeza. Deste modo, a sua popularização deveu-se também ao facto de se tornarem um símbolo de status e de luxo, uma vez que demonstravam que a família da noiva era suficientemente rica para proporcionar-lhe a compra de um vestido que dificilmente seria usado em outra ocasião, à excepção da apresentação aos monarcas, cerimónia onde também o branco se vulgarizou.

Todavia, os vestidos brancos não eram apenas um símbolo de ostentação sumptuária, uma vez que se conotava a essa cor com a inocência e pureza, exigida à nubentes na Europa de então. Nesta divulgação, foi importante o papel desempenhado pelos livros de etiqueta que então circulavam, destinados à educação das crianças e adolescentes. graças também aos livros de etiqueta.
No final do século XIX, o vestido branco era o escolhido pelas elites europeias e norte-americanas, muito embora as classes médias só o tenha realmente adoptado até ao final da Segunda Guerra Mundial e só mais tarde é que passou a ser exclusivamente usado para essa cerimónia. Foi iguamente o período entre guerras que viu nascer nas colunas da imprensa periódica, colunas semanais dedicadas exclusivamente à organização de casamentos e aconselhamento às noivas, que permitiram igualmente a massificação do uso do branco nos vestidos.