+1 202 555 0180

Have a question, comment, or concern? Our dedicated team of experts is ready to hear and assist you. Reach us through our social media, phone, or live chat.

Moura encantada

Música angolana e fado, era o que se cantava nos serões da família Moura, em Coruche. Ana Moura nasceu numa outra localidade ribatejana, Santarém, em 1979. Os pais cantavam, toda a família materna cantava e qualquer motivo de reunião familiar terminava com um festejo sob a forma de música. Embora cantasse de tudo, Ana começava já a sentir que, por alguma razão, tinha um carinho especial pelo fado. Aos seis anos cantava já o seu primeiro fado, “Cavalo Ruço”, enquanto ouvia frequentemente a mãe a cantarolar “O Xaile de Minha Mãe”. Depois veio a adolescência e Ana vai para carcavelos frequentar a Academia dos Amadores de Música e tem as suas primeiras atuações numa banda de covers de pop/rock, os Sexto Sentido, formado com colegas de escola.

Numa noite, Moura cede à tentação e canta um fado. Impressionando um guitarrista presente na sala, é apresentada a Maria da Fé e é contratada para a casa “O Senhor Vinho”. É nesta casa de fados que Ana tem uma verdadeira escola com Maria da Fé e Jorge Fernando. Depois das suas primeiras aparições na televisão num programa da RTP Internacional, “Fados de Portugal”, conduzido por António Pinto Basto, o escritor Miguel Esteves Cardoso escreve sobre ela n’O Independente:

“(…) e depois levantou-se uma rapariga que não conhecíamos, chamada Ana Moura, e começou a cantar. Todos os sintomas antigos, suados com Argentina Santos na Parreirinha, me assaltaram: o arrepio na espinha, a comoção de molhar os olhos, o espanto de ser apanhado de coração na boca. E isto, espanto maior ainda, pela televisão. E não é como se faltassem grandes fadistas – mais velhas ou tão jovens como Ana Moura. Abundam como nunca antes. Estamos numa época de ouro do Fado, como se sabe…”  Mas Ana Moura, para além da voz e da interpretação perfeitas, tem a qualidade raríssima e primitiva que tem Argentina Santos: a verdade natural, sem esforço ou premeditação. Não é do Povo – É o Povo. Não é de Lisboa – É Lisboa. Não é Fadista – É o Fado.

Aconteceu

A crónica de MEC é lida por Tozé Brito e este vai ao “O Senhor Vinho” à descoberta daquela voz que conhecia apenas dos Sexto Sentido e logo propõe a Ana Moura a gravação do seu primeiro disco. Surge, assim, “Guarda-me a Vida na Mão”. “Aconteceu” e “Para Além da Saudade” foram os álbuns subsequentes, este último contem músicas como “Os Búzios” ou “O Fado da Procura”.

Com este disco, Ana Moura chegou ao conhecimento do grande público. O álbum alcançou a tripla platina, por vendas superiores a 55 mil unidades, levando a cantora a permanecer 120 semanas no Top 30 de Portugal. Com o mesmo disco, recebeu uma nomeação para os Globos de Ouro, na categoria de Música, para Melhor Intérprete Individual, que acabou por perder para Jorge Palma.

No Expectations

Em 2007, Moura participou no concerto dos Rolling Stones no Estádio Alvalade, em Lisboa, cantando, em dueto com Mick Jagge, o tema “No Expectations”.

Depois de dois grandes concertos nos Coliseus do Porto e de Lisboa, Moura lança finalmente o seu primeiro DVD ao vivo, a 24 de Novembro de 2008, que obtém grande sucesso junto do público, pelo seu excelente alinhamento.

Reconhecida internacionalmente como uma voz raríssima de Contralto, chegou também o reconhecimento dos pares e, em 2008, Ana Moura recebeu o Prémio Amália de Melhor Intérprete.

Em Maio de 2009, após um primeiro contacto telefónico, Prince desloca-se propositadamente a Paris para presenciar à sua frente o charme da fadista na sala La Cigale. A 18 de Julho de 2010, Ana Moura volta a colocar o fado num grande espetáculo do universo pop/rock, ao subir ao palco com Prince no encore do concerto do músico no Festival Super Bock Super Rock, no Meco. Juntos interpretam uma versão em português de “Walk in Sand” e o fado tradicional “Vou Dar de Beber à Dor”.

Leva-me aos fados

Leva-me aos Fados“, lançado a 12 de Outubro de 2009 (apresentado na Casa da Música – Porto e Coliseu de Lisboa, a 20 e 21 de Outubro), foi Disco de Platina, estando semanas consecutivas no Top 10 dos discos mais vendidos. O álbum incluiu fados como “Leva-me aos Fados” (single de apresentação), “Caso Arrumado”, “Rumo ao Sul” e “Fado Vestido de Fado”.

Ana Moura recebeu, a 23 de Maio de 2010, nos Globos de Ouro o globo de Melhor Intérprete Individual, para o qual estava nomeada juntamente com artistas como Carminho, David Fonseca ou Rodrigo Leão.

A 17 de Março de 2011, foi nomeada para “Best Artist Of The Year“, um dos importantes prémios da prestigiada revista inglesa de música Songlines.

Em Junho e Julho do mesmo ano, a fadista efetuou uma pequena digressão aos Estados Unidos da América e ao Canadá, que incluiu concertos em quatro famosos festivais de Jazz – S. Francisco, nos EUA, e Vancouver, Montreal e Otava, no Canadá. Em Montreal, foi uma das cabeças de cartaz do 32º. Festival de Jazz Internacional e no espetáculo agradou à sala cheia do Teatro Maisonneuve, no qual teve como convidado especial o saxofonista Tim Ries, criador dos Rolling Stones.

Ai que saudade

Que eu tenho de ter saudade

Saudades de ter alguém

Que aqui está e não existe

Em Novembro de 2012, é lançado o quinto disco da cantora, chamado de “Desfado“. O álbum acaba por ser um sucesso sem precedentes, permanecendo no primeiro lugar do Top 30 de Portugal por bastante tempo. Juntamente com o lançamento do álbum, a cantora fez uma tournée pelo país, com concertos centrados mais no norte de Portugal, e fora, passando pelos EUA, Canadá, México, Reino Unido, Áustria, Holanda, Alemanha, Noruega, Bélgica e ainda Angola.

Moura

A 27 de Janeiro de 2015, foi feita Comendadora da Ordem do Infante D. Henrique.  No final do mesmo ano, Ana Moura lançou o trabalho mais recente intitulado simplesmente “Moura“, acompanhado pela canção “Dia de Folga”.

Em 2016, Ana Moura recebeu um Globo de Ouro na categoria de Melhor Música com “Dia de Folga“, canção com letra e música de Jorge Cruz.

Ana Moura é atualmente uma das fadistas mais conceituadas de Portugal, pelo seu excelente timbre de voz, beleza e enorme simpatia para com o seu público.

Share this article
Shareable URL
Prev Post

O dia em que percebi que sofro de Síndrome de Estocolmo

Next Post

Os novos velhos

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Read next

O feitiço da lua

A lua, essa manipuladora que controla a vida de todos e descontrola as marés, é a responsável pela desarrumação…

O carisma das estrelas

Há atores que se recusam a aparecer em “maus” filmes ou tornam um filme medíocre num “bom” filme só com a graça…

Dói-me a vida

“Me duele la vida”, sussurrava baixinho. O seu sotaque cubano, quente e escorregadio, quase ronronado, numa voz…