Mais Vale o Tablet na Mão do que Todos a Voarem

Tablet, se não tens, pelo menos um familiar, ou amigo teu tem. A tela sensível ao toque e de fácil manuseamento, que revolucionou, recentemente, o mercado da computação. É mais que um simples sucesso comercial, é a referência da cultura tecnológica para onde caminhamos. A invenção que está a transformar a sociedade, com impactos profundos, desde a sala de reuniões, até à sala de aula. É o gadget do momento, que todos desejam.

Quando, em 2010, Steve Jobs apresentou o iPad ao mundo, não se tratava evidentemente do primeiro tablet lançado no mercado, contudo, este era diferente. Superava as limitações do smartphone e a falta de comodidade do netbook. Um tablet iPad tem uma tela de 19,7 centímetros de altura e um smartphone comum 3,6 centímetros. A pequena tela do smartphone torna-o difícil de usar como computador pessoal, ver um vídeo, ou navegar na Internet. O iPad não, e tem ainda a vantagem de possuir um design único. Aspectos que, na hora de comprar, fazem toda a diferença. A concorrência teve consciência disso e logo lhe seguiu os passos: várias marcas apresentaram propostas semelhantes. Não é, portanto, surpresa que a tablet esteja a poucos passos de se tornar o computador pessoal mais difundido do mundo.

Estes tablets vieram revolucionar ainda mais o mundo laboral. Leves, práticos e acessíveis, o escritório da empresa pode ser o assento do jardim, a esplanada do café, ou a espreguiçadeira da praia. Os negócios passaram, definitivamente, a ser feitos a partir de qualquer lugar do mundo. “Vivemos num mundo conectado. Hoje, mais do que nunca, rapidez e eficiência são diferenciadores competitivos centrais. Pequenas empresas têm agora acesso a tecnologias, que antes só estavam disponíveis a grandes empresas. É um momento muito bom para ser dono de uma pequena empresa”, afirma Thomas Hansen, vice-presidente da Worldwide SMB, Microsoft Corp.

Uma mudança que começa a notar-se também nas salas de aula, com a substituição aos livros impressos. Tudo indica que é uma situação irreversível. Existem jardins-de-infância nos Estados Unidos da América que, desde 2011, têm estes dispositivos electrónicos nas suas salas. Quem acompanha as crianças garante que é uma mais-valia para reconhecerem as letras e construírem palavras. Há, inclusive, estados, como Nebraska, Ohio e Arizona, a oferecerem tablets aos mais novos, por acreditarem que é vantajoso no processo de aprendizagem. A continuar assim, os professores não serão mais do que auxiliares na sala de aula, já que grande parte do conteúdo estará armazenado no tablet por meio de textos, vídeos e áudio.

A imprensa escrita também terá de se adaptar a esta nova realidade. Na Europa, a crise tem afectado tanto a venda de jornais como de revistas, bem como a publicidade, que, além de estar a diminuir, está a migrar para o digital. A ascensão dos tablets aguçou ainda mais esta tendência. Rafael Höhr, editor do jornal britânico The Sunday Times, assume que “os jovens consumem cada vez menos papel. Consumem conteúdo prioritariamente na web e em tablets. Pode ser que no futuro o papel desapareça, porém, matar o formato é uma ideia muito pobre. Pode ser que a impressão diária de papel acabe e as empresas escolham um modelo que seja impresso semanalmente. O consumo será de outra maneira”. O mesmo poderá acontecer com os livros, uma vez que, com o formato digital, poupa-se os custos elevados da impressão e da distribuição, transmitindo-se ainda a ideia de empresa ecologicamente correcta.

O que as telas nos reservam para o futuro? A resposta é ambígua, mas uma coisa é certa – a evolução tende para que “os dispositivos electrónicos fiquem cada mais próximos das pessoas, dos consumidores”, tal como refere Rafael Höhr.

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