Vivem-se tempos bizarros. Já não chega ser só político, há que também ser chef de cozinha e ir a um programa de prime time fazer um arroz de atum ou uma caldeirada.
Tudo isto faz lembrar os concursos da Miss EUA em que as concorrentes têm de passar por várias etapas e demonstrar distintos talentos para exporem todo o seu esplendor.
Qualquer dia ainda os vimos a prestar provas para o Cirque du Soleil.
Não é de estranhar ver tantos lugares vagos nos plenários da Assembleia da República, pois a vida de político cansa, entre refogados e comentários semanais num canal televisivo.
Se a Política está em crise é por se focar na forma e se perder no conteúdo.
Precisam-se urgentemente de ideólogos e menos de egos inflamados.
Agostinho da Silva afirmava que “nenhum político deve esperar que lhe agradeçam ou sequer lhe reconheçam o que faz; no fim de contas era ele quem devia agradecer pela ocasião que lhe ofereceram os outros homens de pôr em jogo as suas qualidades e de eliminar, se puder, os seus defeitos.” (em As Aproximações)
Urgem homens e mulheres íntegros na sua vocação e serviço público.
Os bons que se levantem e deem um passo em frente que eu continuo a preferir os repastos da minha avó Rosa.