Como é ser mulher no trabalho?

Era uma vez a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) que vem com toda a sua “força” interromper alguns dos movimentos feministas que se faziam sentir na Europa, mobilizando as mulheres para o esforço de guerra. Estando toda a indústria voltada a suprimir as necessidades da guerra, as mulheres começaram a desempenhar tarefas, que, até então, eram exclusivas do sexo masculino.

Neste período, as mulheres provaram as suas habilidades em todos os sectores, quebrando recordes de produção e eficiência e construíram um legado que se viria a repetir na segunda Guerra Mundial.

Com o fim da guerra, as mulheres regressaram ao ambiente familiar e às tarefas domésticas.

Com o passar dos anos e a transformação de valores sociais, muitas prioridades mudaram para as mulheres. Se antes constituir uma família e ser mãe estava entre elas, hoje firmar-se profissionalmente é a principal preocupação. Entre os muitos motivos que determinaram a entrada da mulher no mercado de trabalho, destacou-se a necessidade de contribuir com os gastos financeiros da família.

Ao conversar com algumas mulheres, constatei que, apesar de toda esta evolução, muitas continuam a sentir-se descriminadas em termos salariais e dizem que raramente são escolhidas para desempenhar cargos de chefia.

Parece-me um verdadeiro absurdo nos dias de hoje que ainda haja este tipo de marginalização, mas confio na mudança para melhor. É certo que nós mulheres além da vida profissional ainda temos uma série de tarefas familiares que nos foram incutidas desde sempre. Ainda é usual que seja a mulher a faltar ao trabalho, quando um dos filhos adoece, e sempre que tal não acontece é vista pelas outras mulheres como “má mãe”. Muitas entidades empregadoras dizem preferir as mulheres aos homens por estas serem “mais perfeitas e ágeis”, no entanto, também há quem diga que essa escolha acarreta problemas, quando as mesmas decidem ser mães, explicando que, no momento em que a mulher passa a ter filhos também passa a ter que se ausentar mais vezes do local de trabalho. A juntar a isto tudo, ainda permanece a crença de que muita mulher junta “problema na certa”.

Acredito que nós mesmas de umas para as outras nos criticamos e isso não abona nada a nosso favor, sendo o sexo masculino muito mais unido do que nós.

Já provámos ser capazes de coisas incríveis! Conseguimos resolver vários desafios! Então, o que nos falta?

Esta não é uma pergunta fácil e não tem uma resposta fácil. No entanto, acredito que nos falta união e leveza. Devemos sim pedir ajuda aos nossos colegas de trabalho e, sobretudo, aceitar que é por sermos diferentes que somos especiais.

Somos sem dúvida mais temperamentais e hormonais que os homens, mas isso por si só já faz de nós verdadeiras guerreiras.

Somos multifacetadas e multicomplicadas, mas é aí mesmo que reside o nosso encanto.

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