Do Turismo ao Balde de Água Fria

Uma semana é composta por 7 dias, 168 horas, 604 800 segundos, 6 jornais diários nos 4 canais generalistas e uma infinidade de notícias que aparecem tanto online, como na imprensa escrita, na rádio e na televisão. No meio de tanta informação, há que saber separar o trigo do joio, o importante do acessório e o interessante do que deveria nem ter sido notícia. É disso que irá viver este espaço semanal que pretende destacar algumas notícias, factos, curiosidades, pormenores, que marcaram a nossa semana noticiosa. Será publicado todas as Sextas-Feiras e terá como objectivo principal comentar aquilo que se destacou mais pela positiva e o que esteve, digamos, “menos bem”, o que nos alegrou e o que esperamos que não se torne a repetir.

Acima de tudo, pretende ser um espaço de discussão, onde espero que dêem uso aos vossos teclados e deixem a vossa opinião sobre os vários temas abordados fluir. Como diz sabiamente Heidi Klum, em Project Runway, “in fashion, sometimes you are in and sometimes you are out“. O mesmo é aplicado ao mundo que nos rodeia.

Destaque da Semana

Esta semana foi revelado que, numa votação em massa, os norte-americanos consideraram Portugal como sendo o melhor destino europeu. Esta eleição foi ganha com uma larga vantagem de votos, de acordo com a votação promovida pelo site 10.best, o portal de viagens do “USA Today”. Segundo o site, “Portugal é menos icónico do que outros países mais bem conhecidos, mas oferece uma abundância de oportunidades aos viajantes: aldeias encantadoras, comida fabulosa, música regional fascinante, oportunidades culturais, uma costa belíssima e, até, surf de nível mundial.”

A Itália e a Áustria ficaram em segundo e terceiro lugares, respectivamente, ficando a Alemanha em quarto, com menos 47 votos do que a terceira classificada. Em quinto, apesar de ter a vantagem de falar a mesma língua que os norte-americanos, ficou o Reino Unido. Espanha surge apenas em sexto lugar, seguindo-se-lhe a Irlanda, a França, a Islândia e a Suíça. Entre os nomeados constavam também a Bélgica, a Croácia, a República Checa, a Grécia, a Hungria, o Montenegro, a Holanda, a Noruega, a Suécia e a Turquia.

A única coisa que me espanta é o facto de uma notícia tão positiva, que poderá gerar milhões para a industria turística, caso as entidades competentes souberem aproveitar bem esta eleição, não tenha tido a atenção devida nos meios de comunicação tradicionais. É importante para o nosso país sermos reconhecidos pelos turistas estrangeiros e, principalmente, por termos um leque alargado de opções. É bom sermos reconhecidos pelas nossas qualidades hospitaleiras e por já não sermos o país do Algarve e das praias, mas um país mais desenvolvido em termos de ofertas de férias, ou escapadinhas.

Fava da Semana

Hoje é possível ler-se o seguinte no site do Expresso – “O dia em que o PIB tropeçou à Benfica”, numa clara alusão ao balde de água fria que as previsões da evolução do PIB que muitos analistas fizeram para o primeiro trimestre de 2014, em Portugal. O desempenho trimestral da economia ficou, assim, abaixo da média das estimativas dos analistas consultados pela agência Lusa, que previam que depois de três trimestres positivos, o PIB tivesse continuado a crescer cerca de 0,4% entre Janeiro e Março de 2014, face ao trimestre anterior. De acordo com o INE, o PIB diminuiu 0,7% em termos reais devido sobretudo à redução das exportações de bens e serviços, depois de ter crescido 0,5% no quarto trimestre de 2013, 0,3% no terceiro trimestre e 1,1% no segundo trimestre. Contudo, em comparação com o período homólogo, a recuperação da procura interna, sobretudo do investimento, permitiu à economia portuguesa crescer 1,2% nos três primeiros meses do ano.

O que estes números revelam é extremamente importante para o caminho que se está e irá continuar a traçar de futuro. Primeiro, eles demonstram que não se deve assentar uma estratégia em previsões numéricas estanques, principalmente, se é vivido um período de crise e de ajustamento, uma vez que, a qualquer momento, uma medida, ou um pequeno acontecimento poderá levar a que essas previsões não ocorram. Tal como o programa de ajustamento veio comprovar, criar medidas assentes em previsões a longo curso foi um erro crasso e repleto de consequências que não ajudaram Portugal a entrar no caminho certo. Basta lembrarmo-nos das primeiras medidas deste governo, repleta de cortes e aumento de impostos, e que estavam alicerçadas nas previsões de que, por esta altura, a zona Euro já estaria fora da crise financeira. Algo que não veio a acontecer.

Em segundo lugar, estes números são apenas isso… números. Se continuarmos a trabalhar focados no nosso objectivo, é possível atingir as condições correctas de se poder cumprir, ou até superar as expectativas de crescimento económico que (mais uma vez) estão previstas para 2014. Numa economia com uma sazonalidade muito forte como é o caso da portuguesa, o primeiro trimestre é o mais difícil e o facto de, apesar disso, se ter atingido a taxa de crescimento perspectivada e da taxa de desemprego ser inferior ao esperado, são dados positivos. Denote-se ainda que a economia portuguesa cresceu 1,2% no primeiro trimestre de 2014 em termos homólogos, enquanto na Europa o crescimento médio foi de 0,9%, com a Alemanha a crescer 0,8%, a França a estagnar no seu crescimento (0,0%) e a Itália a ter um processo de contracção 0,1%. Dados que demonstram que, mesmo num ritmo baixo, estamos a pouco e pouco a conseguir atingir os nossos objectivos, como país e Nação que somos.

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