Expandir a Nossa Zona de Conforto

Como num dia de chuva e frio em que o que mais queremos é chegar ao ambiente quente e acolhedor de casa, o mesmo acontece com a nossa vida. Por muito que tentemos sair do que nos deixa confortáveis, por muito que mergulhemos de cabeça em novos desafios, por muito que procuremos novas aventuras, acaba sempre por parecer que nada é tão confortável como voltar a casa e ao que é familiar.

E se nos sentimos confortáveis com o que é familiar, só a ideia de abandonar a costa e navegar por mares desconhecidos parece fazer com que resistamos à mudança e tentemos adiá-la. Mesmo que os possíveis resultados sejam algo de que nos orgulharíamos.

E, na verdade, não há uma fórmula mágica para tornar esta mudança mais fácil. Mas há algo que nos pode ajudar a vê-la de uma outra perspetiva. Apesar das dificuldades que podem aparecer, apesar dos maus bocados e apesar da saudade de momentos passados que pode aparecer nos momentos mais difíceis, aquilo que se destacará é a forma como crescemos, evoluímos e nos descobrimos a nós próprios. E isso só acontece realmente quando expandimos a nossa zona de conforto. Só assim ficamos mais fortes, capazes e descobrimos um pouco mais de nós.

Porque quando nos propomos a novos desafios, quando nos aventuramos e quando decidimos sair um pouco da rotina e daquilo que é familiar, acabamos a descobrir uma nova pessoa em nós, alargamos os nossos horizontes e percebemos que, por muito que estejamos felizes neste momento, há muito potencial que pode ser aproveitado e há muito mais que pode ser vivido.

O que é confortável deixa de ser uma atração pelo simples facto de ser familiar e aquilo que acontece é que aprendemos a estar confortáveis com o que aparentemente é desconfortável.

Porque, ainda que a incerteza e a mudança possam parecer desconfortáveis, quando sabemos que estamos a desvendar novos caminhos e a tornar-nos aos poucos mais fortes, corajosos e apaixonados por novas aventuras, esse desconforto inicial acaba por se tornar numa das melhores decisões da nossa vida. Não, porque negamos o que é familiar pelo simples facto de o ser, mas, sobretudo, porque nos propomos a explorar para além daquilo que já conhecemos e para além do que é cómodo para nós. E essa decisão altera a forma como percecionamos tudo à nossa volta.

Share this article
Shareable URL
Prev Post

A alegria de se livrar de algo

Next Post

O amor é uma escada (rolante ) que sobe

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Read next

Burnout em mim

Tudo começou com um novo projecto. De repente, as preocupações extravasaram o período de trabalho, e invadiram…