Há tanta coisa que me vai passando ao lado, detalhes em que só reparo quando já não posso voltar atrás.
Não sou de pensar muito, no entanto, quando me sento no degrau da memória e olho um pouco para trás, vejo tantos momentos que não soube aproveitar. Vejo algumas escolhas que poderiam ter sido ligeiramente diferentes, e essas pequenas diferenças poderiam ter alterado tudo.
Serão só saudosismos de quem tropeçou muitas vezes nos seus próprios pensamentos e que assim acabou por cair aos pés das suas decisões.
Diz, quem sabe mais do que eu sobre a vida, que tinha que ser assim. Sem quedas não se aprende, e só à medida que vamos aprendendo é que vamos subindo os degraus da espiral da vida. Sem quedas não há evolução e quem não evolui não aprende a viver.
Ando por aí!
Provavelmente não tenho tudo o que sonhei, ou talvez tenha sonhado mais do que devia.
Não será ainda tempo para fazer esse balanço. Já tenho muita história vivida, mas ainda me falta muito por viver. Não contesto o que vivi. Não reclamo do passado que me fez sofrer. O que passou já o tempo levou, mas posso sempre continuar a sonhar.
E é verdade que é de sonhos que eu sou feita e enquanto tiver um sonho para sonhar sempre haverá em mim espaço para pedir à vida mais um dia nesta caminhada.
Ando por aí, sem espaço para mais passado. Esse que vou deixando na gaveta da memória, num formato de lembrança, para que sempre exista espaço para mais uma aventura na minha vida.