Tendo crescido pessoal e musicalmente naquela que é considerada a melhor década do Rock em Porgutal, os 90’s, os Mopho acreditam que é sempre possível renovar o Rock que é feito, desde que não se perca o seu simbolismo e a crença que os músicos que o fazem e os seus fãs têm. Esta banda contou-nos em entrevista o que mudou em cinco anos e como foi editar um álbum. Prometem novidades e que a sua música, em português, cativará o público em geral, desafiando-o a segui-los pelo país.
Quem são os Mopho?
Mopho é um projecto rock, com influências variadas, que vão do rock progressivo ao post rock. Residimos no Algarve e cantamos em português.
Porquê este nome? Qual a sua origem?
Este nome surge, porque a nossa primeira sala de ensaios era caracterizada por um forte cheiro a mofo. Na altura, não tivemos quaisquer dúvidas. Este era, depois de um ligeiro ajuste ortográfico, o único nome possível para dar a este projecto.
Quais são as diferenças entre rock “à antiga” e o rock que se faz hoje?
O rock de hoje vive mais de símbolos do que da própria música. Esses simbolos são essenciais para que as pessoas se identifiquem com as bandas e comprem o produto. Antigamente, não havia tanto factor de distração. Rock era rock! Kick, Slap, Gain e feedback!
É diferente fazer rock em português do que fazer noutra língua?
Nem por isso. Liricamente, a Língua Portuguesa é perfeitamente capaz de fornecer ferramentas para trabalhar a parte poética de uma letra e, com algum preciosismo, é também possível enquadrá-la no ritmo silábico que um estilo como o rock exige.
Nós somos bastante exigentes com as nossas letras. Não costumamos apreciar bandas que optam por cantar em inglês e depois não revelam o cuidado obrigatório com a sua pronúncia. Por esse motivo, decidimos cantar na nossa língua materna. Nesse campo, temos a obrigação de primar pela excelência.
Sentem que são os Peter Pan do rock, que não querendo crescer acabam sempre por renovar algo?
Não julgo que sejamos assim tão velhos para nos considerarmos Peter Pan. Ainda assim, somos sortudos por ter vivido a nossa adolescência nos gloriosos anos 90, a década mais produtiva e interessante do rock!
Acreditamos que a forma como fazemos o nosso trabalho é fortemente influenciada pelo que já passou e, de igual forma, pelo que está a acontecer agora. Neste sentido, temos muita margem de manobra para nos renovarmos. Os temas que estão a ser escritos para o próximo disco reflectem já essa facilidade/necessidade de nos transformarmos a cada trabalho que fazemos.
Como foi a saída da garagem e a catapulta para a estrada?
Foi bem normal e segura. Todos os elementos de Mopho já tiveram a sua quota parte de bandas no passado e com Mopho não partimos do ponto zero, muito embora sintamos que existe sempre algo novo a aprender a cada concerto, a cada disco, a cada etapa que atingimos na nossa carreira. Já sabíamos ao que vínhamos e sabíamos também o que esperar da estrada. Não é fácil, mas é o que mais gostamos de fazer .
Tivemos, no passado dia 28 de Fevereiro, uma casa cheia para nos ver na ARCM. Algumas das pessoas tiveram, lamentavelmente, que ficar à entrada da sala, pois não havia condições para permitir a entrada de mais pessoas no recinto do concerto. Isto foi para nós a confirmação de que ainda vale a pena o esforço de manter uma banda viva em Portugal, principalmente tratando-se de uma banda algarvia, que só por si passa por mais privações do que qualquer banda de qualquer outra região do país.
Entre 2008 e 2013, o que mudou nos Mopho?
Estes últimos 5 anos ensinaram-nos muito. O nosso trabalho cresceu e nós também crescemos com ele. Desenvolvemos alguns métodos de trabalho que são para nós mais eficazes, para que consigamos atingir os nossos objectivos como banda.
Musical e tecnicamente, também sinto que crescemos muito. O nosso amadurecimento musical é visivelmente maior do que era na altura em que o projecto começou.
Como foi editar um álbum? O que sentiram e como é que o idealizaram?
Foi o concretizar de um sonho, assim como será a edição do próximo. Cada passo é uma vitória, merecedora de ser celebrada como se fosse a última. Foi um trabalho que foi acompanhado por nós bem de perto. Decidimos todos os aspectos da sua criação, timelines, estúdios, produtor, design. Tudo. O resultado final foi tudo o que havíamos idealizado e ainda mais. Não esperavamos ter levado tanto tempo na sua produção, mas, por outro lado, todo o tempo que dedicámos foi bem aplicado. Valeu todo o esforço.
Onde podemos ver-vos e ouvir-vos?
Vamos dar continuidade a uma série de concertos pela zona sul do país, mas queremos expandir o nosso território à zona centro e norte o mais rapidamente possível. Temos já algumas possibilidades de concertos na zona centro em vista e, assim que tenhamos certezas seja do que for, anunciaremos nas nossas plataformas online.
Sugiro que nos visitem no nosso canal do Youtube, onde podem ver o nosso recente videoclipe, “Quadro”. Aqui também vão poder ver o segundo videoclipe oficial, que está ainda a ser produzido e que será divulgado brevemente. Será um vídeo filmado ao vivo no concerto do passado dia 28 de Fevereiro.
Todas estas novidades e muitas mais podem ser acompanhadas na nossa página de Facebook. Este é sem dúvida o local mais indicado para se saber o que se passa na vida dos MOPHO.
Como cativariam o público do Repórter Sombra a ouvir-vos?
Começaria por convidar todos os leitores do Repórter Sombra a visitar os locais que referi anteriormente. Somos portugueses, cantamos em português e, mais não seja, isso merece ser promovido e acompanhado.
2015 promete, desde já, ser um ano proactivo para Mopho. Por isso, o público do Repórter Sombra vai querer acompanhar as novidades que anunciaremos nas nossas plataformas e vão, acima de tudo, querer comparecer aos próximos concertos de MOPHO, sejam eles no Algarve, na zona centro ou norte do país. Queremos muita gente nos nossos concertos. Quanto mais melhor!
Muito obrigado, Ricardo Rosa (dos MOPHO)