Apesar de ser a língua oficial e a mais falada em Moçambique, a língua portuguesa é usada por pouco mais da metade da população moçambicana (50,4%), sendo que 12,7% a usa como primeira língua e 39,7% como segunda. Deve-se dizer que em Moçambique a nossa língua expande-se menos do que em Angola, onde é usada pela maioria da população como primeira língua.
Em Maputo, 90% das pessoas falam a língua portuguesa e a maioria delas fala também um ou dois dialetos, sendo os mais usados o ronga e o changana. Entretanto, se nos afastarmos da capital, as pessoas costumam falar unicamente em dialetos. São muitos os dialetos e em cada província usam-se uns dois ou três.
Estima-se que existam no país mais de 30 dialetos, sendo os mais usados o emakhuwa (26,3%), o xichangana (11,4%) e o elomwe (7,9%). As línguas bantas de Moçambique são os dialetos mais falados, no entanto, muitas destas línguas estão mal analisadas e documentadas, sendo que muitas só existem oralmente.
As línguas autóctones de Moçambique são faladas em todo o território moçambicano, porém, a localização é bastante restrita. Cada uma destas línguas localiza-se em determinada região ou distrito, pelo que nenhuma delas pode ser usada unicamente em todo o país. É por isto que a língua portuguesa foi eleita como língua oficial, para poder unir as pessoas.
Além da dificuldade dos moçambicanos usarem uma das suas línguas como língua de comunicação de todos, um outro ponto que favoreceu a oficialização da língua portuguesa foi o facto de ser a única língua presente que já possuía a linguagem escrita, enquanto que as outras não a tinham.
Como qualquer outro idioma vivo do mundo, a língua portuguesa em Moçambique, está em constante transformação e atualmente desenvolve-se um novo dialeto da língua portuguesa que adquire características particulares e influencias dos dialetos que há no país.
Contudo, vale a pena considerar que, apesar do uso da língua portuguesa, muitas são ainda as pessoas que usam somente línguas nativas, sendo elas muito importantes, pois, para além do papel comunicador, estão fortemente ligadas com a identidade, a cultura e as raízes do povo moçambicano.