A sobrecarga de tarefas que temos hoje em dia e cada vez mais, e dependendo, obviamente, da maneira como cada um se relaciona com isso, ou seja, dando uma maior ou menor importância ao assunto, conseguindo ou não relativizar, vai influenciar como encaramos os nossos dias de trabalho.
Claro que, tudo irá depender do número de tarefas, projectos e hobbies nos quais possamos estar envolvidos, para além do nosso trabalho.
Se falarmos, por exemplo, de pessoas que se limitam a ir trabalhar de manhã e ao final de cada dia regressar a casa, às suas rotinas caseiras, a vida poderá ser monótona, desinteressante até, mas não será certamente tão stressante.
Há mesmo quem opte por não se envolver em nada receando e/ou evitando trabalho extra.
Por outro lado, temos aqueles que têm mil e uma actividades, para além do seu trabalho, grande parte em regime de voluntariado e/ou ligadas ao associativismo, o que acarreta uma gestão de tempo muito pormenorizada e uma logística casa/trabalho deveras difícil (para além de incompreendida!).
E é precisamente neste último grupo de pessoas onde se verifica uma maior apetência para a frustração que envolve a realização de tarefas domésticas.
Em primeiro lugar, não há tempo para as mesmas. Faz-se o estritamente necessário, pois o tempo é curto e é “gasto” em coisas realmente importantes e que nos dão gosto fazer.
Tenho, no entanto, a noção, e, porque não somos todos iguais, que efectivamente há pessoas que executam essas ditas tarefas domésticas (cozinhar, arrumar, limpar, lavar, passar a ferro e afins) com muito gosto. Não é o meu caso. Não nesta fase de vida. E, para ser honesta, não sei se alguma vez irei mudar de ideias. Até porque são trabalhos repetitivos, monótonos e altamente desvalorizados (não querendo, no entanto dizer, e em minha defesa, que não os faça ou que não os saiba fazer).
Em contraste, se não formos nós a “perder” tempo a realizá-los, teremos que contratar e pagar a alguém para os fazer. E por vezes não compensa, pois parece que andamos a ganhar dinheiro só para poder pagar a esse alguém para fazer as coisas que poderíamos/deveríamos ser nós a fazer, se tivéssemos tempo!
A tal culpabilização…
Pode então concluir-se que, a realização de tarefas domésticas, para alguns, não é mais do que um círculo vicioso, altamente frustrante, e que contribui para o mal-estar não só físico como psicológico dos indivíduos.
Abaixo as tarefas domésticas! (Risos)
Nota: este artigo foi escrito seguindo as regras do antigo acordo ortográfico