Vivemos num mundo no qual um vasto número de seres humanos vivem na pobreza ou no seu limiar.
Em África ou nos países ditos do terceiro mundo é, há muito, uma realidade conhecida e assumida.
Na sociedade ocidental, essa situação tem tendência a intensificar-se cada vez mais, devido às guerras, às alterações climáticas, às migrações e exílios que provocam o empobrecimento lento e agonizante dos povos. Assiste-se a uma morte lenta e sem remissão.
O nosso país não está isento desta pobreza. Em cada quatro crianças há uma com fome. Isto é inadmissível nos tempos que correm.
Há um provérbio que diz: “Mais vale pedir que roubar”. A verdade é que muitas pessoas se acham indignas ou têm vergonha de pedir. A criminalidade exacerba-se, nomeadamente no aumento de roubos, suicídios e homicídios, face a situações desesperantes de carência a todos os níveis.
Onde está a dignidade humana, esse atributo intrínseco reconhecido a todo o ser humano?
Exige-se um tratamento respeitoso e um grau de igualdade entre todos os seres humanos, pelo simples facto de o sermos. Essa qualidade jamais poderá ser retirada.
Alguns sentirão que perderam a dignidade por terem empobrecido ou terem nascido pobres. Mas a dignidade básica de pessoa humana sempre fará parte de si.
Os direitos básicos e essenciais nunca deveriam deixar de estar presentes na vida das pessoas seja qual for o género, raça, idade e religião.
E, quando, infelizmente, se constata que nada é feito pelas entidades superiores para solucionar este flagelo, resta-nos a generosidade e a compaixão de cada um, como indivíduos.
Ser gentil, altruísta e solidário com os outros é uma qualidade que muitos perderam nesta sociedade em que cada um olha para o seu “umbigo”.
Não há nada melhor que desenvolver atos que visem beneficiar o bem-estar alheio, pois este também aumentará o nosso. O simples ato de oferecer a uma pessoa faminta um prato de comida, faz com que esse humano, que pensava não ser digno, se sinta valorizado e digno também.
Nada é mais gratificante do que um sorriso de uma criança que nada tem e recebe um brinquedo das nossas mãos, por exemplo. O nosso mundo sorri também.
Alguns estudos científicos demonstraram que fazer doações sem esperar nada em troca induz mais a sensação de felicidade do que receber dinheiro. Concluiu-se que é produzido maior nível de ocitocina, chamado também “a hormona do amor”.
Então, porque não ser mais solidário, mais humano, menos egoísta, mais altruísta perante quem precisa?
Se existisse no mundo mais compaixão e amor, todos nos sentiríamos mais dignos.
Mas sobre a dignidade, haveria muito mais a dizer…
Nota: Este artigo foi escrito seguindo o Novo Acordo Ortográfico