Chama-me pelo teu nome

Verão de 1983. Elio, de 17 anos, vive com os seus pais na zona rural do Norte de Itália. O pai de Elio, professor de arqueologia, convida um estudante de 24 anos para ficar com a família durante o Verão e a ajudar com a sua papelada académica. Elio, um introspectivo e músico talentoso, não fica agradado com Oliver, uma pessoa muito confiante e despreocupada. Aquilo foi como uma invasão de privacidade, pois teve que lhe ceder o seu quarto.

O rapaz passa grande parte do Verão a ler, a tocar piano e a sair com os seus amigos de infância, Chiara e Marzia. Durante uma partida de voleibol, Oliver toca nas costas de Elio, que se afasta mas fica a matutar. E depois, sem se dar conta, começa a sentir ciúmes ao ver Oliver a tentar conquistar Chiara.

Verão, calor e Itália, uma conjugação de beleza e convite a ser tão jovem como se possa conseguir. Os dois são belos, expressivos e muito inteligentes e a aproximação é mais do que óbvia. Os corpos não querem saber de convenções e o desejo tem que ser satisfeito. Não obstante esta atração, a vida segue como sempre.

Contudo, o amor, esse sentimento tão perfeito e castrador, apanha-os assim, desprevenidos e enrola-os com a intensidade máxima. O que os liga não pode ser desperdiçado nem dispensado. Amam-se pela noite, com a lua como testemunha até ao dia em que o amor é tão sublime e intenso que é partilhado com um beijo diurno.

Vivem dias de paixão arrebatadora e singular e aquele sentimento é a marca que os tornará eternos amantes, os que tiveram a sorte de sentir em uníssono e partilhar as ânsias e o mais íntimo de cada um. Ser de si é ser do outro e por isso trocam os nomes, uma tática que os aproxima ainda mais.

Contudo Oliver terá que voltar para casa e a despedida é uma dor com sangue vivo, um alicate que torce as entranhas e que deixa Elio num estado de desespero que julga nunca mais conseguir deixar de sofrer. O amor é a dor que se carrega para sempre e que, mais tarde, até pode fazer sorrir.

Os pais de Elio, pessoas de mente aberta, sabiam bem o que se desenrolava debaixo do seu teto e o pai, acaba por confessar ao filho que sente uma certa inveja da sua coragem e entrega. O amor é tanta coisa e tanto que nada o poderá saber definir. Amor é o que está vivo no momento e para sempre.

No Natal, Elio chora duras lágrimas de saudade depois de Oliver telefonar a informar que se vai casar. A sua voz denota que nada ficou esquecido e que o que tiveram, aqueles dias gloriosos, jamais poderão ser ignorados. A lareira está acesa, o lume aquece a casa mas a alma de Elio rasga-se de dor e de encantamento, apesar de ter sido imensamente feliz.

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