Anda meio mundo em busca da outra metade à procura de AMOR.
Talvez pela influência das histórias de encantar ou em nome de um vazio que é preciso preencher o querer encontrar a nossa Alma Gémea sobrepôs-se ao universo que temos cá dentro, mas deixemos-nos de castelos construídos em ilusões, deitemos abaixo as cartas inseguras que sustentam as nossas pontes e tenhamos consciência que o AMOR dá trabalho.
Não me refiro apenas ao romântico mas sim ao incondicional sem peso nem medida, daquele que nos transforma, melhora e ajuda-nos a evoluir e a desatar os nós que a vida prende. Para viver na vibração do Amor e ter uma vida fluída com altruísmo, companheirismo e equilíbrio emocional é preciso trabalho. Viver uma vida com confiança, honestidade, bondade, bravura e gratidão requer balanço. Cair, se erguer novamente e aprender CUSTA (e muito). Seja o AMOR-próprio, de família e/ou de amigos, o que importa é sentirmos-nos amados e nutridos com a reciprocidade e a energia de um porto de abrigo e para que isso aconteça também precisamos de amar pois é do Amor que a nossa alma se alimenta. Só assim é que estamos bem e alinhados com quem realmente somos. E andamos nesta busca contínua e muitas vezes cega da Alma Gémea esquecendo-nos de nós próprios, sem fazer muitas vezes o que é preciso para nos Amarmos-nos e acreditando que ao encontrar a Alma perfeita para nós será ouro sobre azul… mas no entanto sem pensar se seremos nós a Alma perfeita?
Acredito que o conceito de “Alma Gémea” baralhou milhares, exponenciou expectativas e subvalorizou o amor-próprio. A Alma Gémea não é aquela pessoa perfeita que se encaixa na nossa vida, que faz tudo fluir, que resolve todos os nossos problemas, que nos vê com adoração e que vai estar sempre lá para nós. Pode ser? Sim pode, mas não é só isso. A nossa alma gémea desafia-nos, leva-nos muitas vezes ao limite para que o possamos ultrapassar abrindo as asas e voar, faz-nos aquilo que nós próprios nos deveríamos fazer: obriga-nos a sair da nossa zona de conforto. Nos ergue, espreme e devora. É uma metade da nossa parte da centelha divina. É um irmão gémeo – e tudo o que isso acarreta para o bem ou para o mal – à espera de nos ver crescer.
É aquela alma que nos conhece tão bem que sabe exactamente que botões carregar para nos tirar do sério. Não ouve só as nossas palavras mas também os suspiros da nossa emoção. Às vezes é bom, às vezes não… o que é importante para mim reter é que a Alma Gémea não tem que ser um Amor romântico, pode ser um familiar, um amigo, ou alguém de quem às vezes é necessário nos afastar pois das nossas almas gémeas somos irmãs energéticas, podemos ser faróis ou escuridão, podemos ser cúmplices ou não. Tudo depende da capacidade de aprender cada lição.