Publicado em 1983, este livro apenas foi publicado por que Stephen King tinha que entregar um livro escrito para terminar o contrato com a editora da altura. Nunca era suposto ter visto a luz do dia, pois Stephen e a sua mulher acreditavam que o livro era demasiado assustador e com temas demasiado pesados.
Partes da história e de diálogos foram inspirados na vida real. Stephen King tinha-se mudado temporariamente com a sua família para uma terra perto do campo, com uma estrada extremamente movimentada perto da casa. O gato da filha morre e é aí que um vizinho lhe conta sobre o cemitério de animais, um cemitério que todas as crianças frequentam e onde enterram os seus animais.
Este foi o momento de partida para um novo livro. Quando o terminou, King ficou “chocado” e, após mostrá-lo à sua mulher e a um amigo, concordaram que não o deveria publicar. Achavam ser demasiado macabro, demasiado horrível (em termos de momentos de horror) para ser apreciado e publicado. Como dito anteriormente, King mostrou-o ao seu editor e, depois de pequenas alterações, foi publicado. O sucesso foi imediato e continua até hoje.
Foi traduzido para Português este ano, no mesmo ano em que vai ser lançado um novo filme inspirado no livro.
O primeiro filme, Samitério de Animais, estreou em 1989. Tem uma avaliação de 6.6/10 e o próprio Stephen King surge como padre.
Foi feita uma sequela, apenas em filme, em 1992.
O filme que vai estrear em Abril deste ano tem, com base no trailer, mais jump-scares e, claramente, mais efeitos cinematográficos.
A sinopse do livro em Português é a seguinte:
Louis Creed, jovem médico de Chicago, acredita que encontrou o seu lugar naquela pequena cidade do Maine. Uma boa casa, o trabalho na universidade, a felicidade da esposa e dos filhos. Num dos primeiros passeios para explorar a região, descobre um cemitério de animais de estimação no bosque próximo da sua casa, ao qual se vê obrigado a recorrer depois de o seu gato ter sido morto por um camião num trágico acidente. Ali, gerações e gerações de crianças enterraram os seus animais de estimação.
Para além dos pequenos túmulos, onde uma caligrafia infantil regista o primeiro contato com a morte, há um outro cemitério. Uma terra maligna que atrai as pessoas com promessas sedutoras. Um universo dominado por forças estranhas, capazes de tornar realidade o que sempre pareceu impossível. A princípio, Louis diverte-se com as histórias fantasmagóricas de Crandall, o vizinho de 80 anos. No entanto, aos poucos, começa a perceber que o poder da sua ciência tem limites.
Sempre fui fã do Stephen King; ainda só li “A cúpula” (Under the Dome), uma colecção de pequenas histórias de terror, The Girl who loved Tom Gordon, encontro-me a meio caminho de terminar It e li o Samitério de Animais. Creio que este foi o que mais me deixou a pensar.
Não considero que tenha muitos jump-scares, ou que seja particularmente assustador, mas toca em assuntos que nos colocam a pensar e tem momentos macabros. A maior questão que deixa é: até que ponto estaríamos dispostos a ir para salvar um ente querido? O que estaríamos dispostos a abdicar para trazer de volta à vida alguém querido?
Seria preferível ter de volta um familiar a 50% ou que ele continuasse morto? Acho que um desejo que nos toca a todos, em especial a quem tenha perdido alguém, é o desejo de tê-los de volta. O desejo de fazer qualquer coisa para que eles voltem. Mas, e se essa pessoa voltasse diferente? Mais “animalesca”? Se voltasse só uma mera sombra do que era antes?
Como uma personagem sabiamente diz: “Às vezes, é melhor estar morto (“Sometimes dead is better)”.