Candyman (2021) – Crítica

Tell everyone.

– Candyman

Esta sequela do filme Candyman (1992) conta a história de um “monstro” que retorna ao bairro onde a sua lenda começou, décadas depois das suas primeiras aparições.

Candyman trata-se de um antigo escravo que morreu pela forma de tortura ao se envolver com a filha do seu “dono” e, depois de lhe amputarem a mão, deixaram-no ser atacado por abelhas e formigas. Anos mais tarde, a figura deste escravo volta para se vingar. A lenda conta que se dissermos o seu nome cinco vezes à frente de um espelho ele é “chamado” de volta.

Gostei deste filme e, comparando-o diretamente ao original de 1992, acho-o superior em quase todos os aspetos.

Antes de mais, saudar a forma como este filme (re)conta a história do primeiro de uma maneira muito rápida, original e de forma a, por um lado, fazer sentir premiado quem viu o primeiro e, ao mesmo tempo, incluir quem não o viu naquilo que aconteceu. Outro aspeto que adorei foi a forma como foram mais “a fundo” em toda a lenda do Candyman e nas suas origens. Acho que neste filme conseguimos perceber muito melhor a história da figura e as razões do seu aparecimento e dos seus atos. Todos os atores fazem um ótimo trabalho, havendo também personagens secundárias que dão um alívio cómico que equilibra o tom de todo o filme.

A cinematografia e a banda sonora combinam com toda a atmosfera criada pela lenda do monstro e toda a intriga que o rodeia.

Yahya Abdul-Mateen II como protagonista fez um excelente trabalho como um artista que fica obcecado com a lenda, e que decide investigar tudo, sendo o “olho” do espectador.

Admiro uma sequela que não só consegue respeitar um clássico mas que consegue ainda elevá-lo, principalmente décadas depois do seu antecessor e, por isso, aconselho a todos este filme.

* CUIDADO COM SPOILERS *

O filme acompanha um artista visual que está sem inspiração e que encontra na lenda “Candyman” o objeto da sua nova obssessão e começa a fazer obras que cativam os outros de forma a que a lenda torna-se viral. Achei este “gatilho” uma ótima forma de trazer a história de volta e justificar todas as ações do nosso protagonista.

Ao longo do filme somos relembrados que existiu um bebé no final do primeiro filme e o realizador consegue de uma forma muito subtil implementar a pergunta na mente do espectador de onde estará este bebé e qual a sua identidade. É aqui que o filme tira o tapete do chão do espectador e faz chocantes revelações que fazem todo o sentido, mas que não são de todo previsíveis, que é no fundo a definição de um bom twist.

A cena final é muito poderosa pela mensagem que transmite e pelo regresso de uma velha cara conhecida por todos os que viram o original.

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