Acredito que todos nascemos com uma missão de vida, um propósito. Ao longo da nossa vida, que eu carinhosamente apelido de “estrada”: surgem objetivos pontuais, de curto e longo prazo para os alcançarmos.
Esta estrada é o nosso caminho, neste, uns sabem qual o ponto de chegada, outros só o descobrem quando já vão em viagem.
Seja como for, todos sabemos o ponto de partida, uma vez que nascemos para tal propósito. Ao longo deste caminho surgem todo o tipo de desafios, uns fáceis outros difíceis. Só podemos contar com a nossa bagagem de mão, algum peso às costas e os mais sortudos têm ou vão tendo companhia: assistentes de viagem para orientar e motivar.
Na bagagem, levamos as nossas ferramentas, os nossos valores morais, lemas de vida e histórias para contar com quem nos cruzamos. As ferramentas adquirimos com proveito na aprendizagem, estudos, educação didática, etc.
Os lemas de vida são aquilo em que acreditamos, o que nos é incutido desde pequenos, desconstruindo ou construindo uma personalidade exterior, o “asfalto da estrada”, baseada em crenças limitadoras ou ilimitadas.
Os nossos valores pessoais e morais são os nossos princípios, as fundações da nossa estrada, muito provavelmente o que nos suporta e condiciona o que desejamos ser, ter ou fazer.
É nesta premissa última, que quero incidir neste tema: o que nos move, o que nos guia, protege na nossa viagem por esta estrada?
Para além disto, são também a representação daquilo que acreditamos, portanto, imprescindíveis para os nossos relacionamentos intrapessoais e interpessoais. Cada um de nós tem os próprios valores estruturados no nosso mapa mental: conjunto de regras que consideramos importantes pela sua ordem de importância e hierarquia interna: Amor-próprio; amizade; compaixão; coragem; respeito; família; dinheiro; segurança; paixão; saúde; felicidade; etc.
É consensual que todos os valores dizem respeito a qualidades muito importantes para o nosso convívio e bem-estar no dia a dia. Além disso, enobrece e nos enriquece como seres humanos.
Contudo, podem surgir problemas e arruinar esta estrutura: o carácter humano, as emoções negativas, as doenças mentais ou doenças incapacitantes e a falha nos objetivos principais.
A inversão ou desarmonia dos nossos valores diz respeito ao comportamento oposto do que é tido como correto, tornando-se, provavelmente, prejudicial para os nossos relacionamentos pessoais e profissionais, além de poderem estar ligados, muitas vezes a problemas de ordem jurídica, ao infringir normas e leis.
É neste seguimento que existe uma rutura do caminho, a falta de fé no sistema onde nos inserimos que impede o bom curso da nossa viagem.
Alguns de nós persistem, contornando obstáculos, alterando o trajeto ou seguindo por outra via, outros são criativos e superam o sistema, mas, infelizmente, há quem assuma uma inversão de marcha, desistindo por completo da viagem.
Como afirmei inicialmente, todos temos o nosso propósito. É a nossa missão que nos move, munidos de toda uma panóplia de conhecimento, valores e emoções.
Face a todas as intempéries da estrada, os que sobrevivem podem conquistar mais, desde que focados nessa missão.
Sozinhos ou acompanhados, façam boa viagem!