29Cada um de nós trabalha por motivações próprias, tem maior ou menor satisfação no trabalho que faz, mas cada deseja evoluir e crescer profissionalmente, nem que seja, na maioria das vezes, pelo fato de a evolução estar associada a maior remuneração.
As organizações em que trabalhamos organizam-se maioritariamente em estruturas piramidais, ou seja, temos sempre um chefe (ou vários) e podemos ou não estar inseridos num grupo ou equipa. Do chefe esperamos liderança, colaboração e entendimento, dos restantes esperamos solidariedade, colaboração e entendimento.
No entanto, quer com o chefe, quer com os restantes, nem sempre a colaboração e/ou entendimento acontecem.
Num ambiente organizacional em que a força do nosso corpo, a habilidade das nossas mãos e a capacidade cognitiva do nosso cérebro são substituídas por máquinas, para ascendermos a determinada posição e ascensão profissional, ou para evoluirmos pessoalmente, mais que a capacidade técnica, interessam as soft skills que possuímos, e a forma como as demonstramos e aplicamos no nosso dia-a-dia.
As soft skills identificadas como mais difíceis de encontrar e mais valiosas são:
- a capacidade de comunicação com os distintos interlocutores.
- a colaboração com os outros, a capacidade de trabalhar em equipa.
- a capacidade de resolução de problemas.
- a capacidade de organização.
- o relacionamento com os clientes.
- a forma de liderança.
- e a forma de gestão.
Num Mundo perfeito, teríamos equipas colaborantes, independentes e em funcionamento automático, em que cada um saberia exatamente o que fazer. Cada um teria o espaço e a forma para o fazer e nas quais não haveria nem competição, nem quezilas, atingindo-se o fim comum pretendido. Contudo, para isso acontecer, teríamos que estar organizados em estruturas transparentes, com a informação disponível transversalmente e, acima de tudo, teríamos que estar muito mais evoluídos:
- No respeito pelo outro,
- Na capacidade de não julgar,
- No aceitar de que diversos fins podem ser atingidos de maneiras diferentes,
- Em dar oportunidade,
- Na responsabilização individual,
- Em abdicar do poder sobre o outro,
- E mais importante de tudo, em viver do trabalho e não para o trabalho.
Como seres humanos não nos é inapto viver em isolamento, precisamos de um grupo e estamos em constante colaboração. Como ser vivo estamos em constante competição pela nossa sobrevivência individual. Gerimos e equilibramos este balanço no nosso dia-a-dia com os valores que adquirimos ao longo da nossa vida em que desenvolvemos a capacidade de optarmos por comportamentos integrados ou isolados.
Devemos competir?
Sim, todos os dias devemos ousar ser melhores, melhores do que nós próprios, mas será mais importante a nossa evolução exterior ou interior?
Parabéns por salientar vários pontos que geram muito desconforto nas organizações. Pouco se aborda tão francamente a realidade empresarial em Portugal. Somos um país ainda muito pouco evoluído nesse contexto: falta de transparência, colaboração, visão sobre um propósito comum e zelo pelo bem-estar de todos no contexto geral.
Boa tarde! Obrigada! Somos inaptamente tentados a competir sempre, mas é muito mais fácil atingir objetivos em equipa.