A inteligência emocional é um mundo complexo de emoções, pensamentos, comportamentos e muita gestão ao barulho. É necessário muito trabalho para entender e depois para atuar de acordo com os nossos valores, respeitando os nossos medos e corrigindo comportamentos prejudiciais.
Quando o nosso quotidiano corre como desejado e planeado, as nossas emoções fluem como confetis de felicidade, irrompendo pelos nossos músculos e motivando a irmos mais além. É notável este efeito da Serotonina que nos percorre o corpo aliciando a boas sensações e iludindo a ausência de problemas.
Acontece que tudo é temporário, até mesmo o espasmo histriónico em que vivemos, torna-se numa felicidade efémera.
Quando o nosso quotidiano é vivido com problemas que surgem em catadupa, parece que mais parece que rebentou a conduta do azar e tudo o que é mau, surge na hora menos esperada, aí nem a Serotonina quer nada connosco. Invade-nos a fúria e a frustração, os medos parecem nunca mais acabar.
A vida é mesmo assim. Ora vivemos em alto astral, ora escorregamos até esbarrarmos com a cara no chão.
Vivemos um binómio constante, onde há dois guerreiros sempre em luta: a má emoção e o recurso emocional que a contrapõe.
Os mais entendidos na matéria das emoções escrevem e falam sobre a mais didácticas formas de controlar ou gerir emoções, contudo, ninguém, a não ser por experiência própria, sabe como encontrar e depois, manter esse equilíbrio.
A verdade é que não existe bem sem o mal e vice-versa. Para haver saúde tem de existir a doença ou não tínhamos noção nem daríamos valor ao bem que possuímos por sermos saudáveis. O mesmo se passa com a emoção e o pensamento: há o bom e o, digamos, menos bom.
Vou contextualizar.
Quando nós sentimos medo, este funciona como um aviso de alerta, há algo que tememos e nos impede de avançar. No entanto, é sempre bom avançar? Será a altura ideal ou propícia para o fazer?
Nem sempre estamos preparados para enfrentar um desafio ou um medo e solucionar um problema.
Depois, existem formas de combater o medo: podemos recorrer à ajuda de outros, podemos aguardar ou podemos encarar estas situações como desafios e resolvemos a questão, pessoalmente.
Há ainda, dois tipos de pessoas: as que enfrentam tudo desmesuradamente não se deixando abater pelo medo, algumas mais incautas, sofrem consequências, e há aquelas que temem a própria sombra e não arriscam a colocar uma unha fora da sua zona de conforto.
O facto é que cada um destes tipos de pessoas, vivem em guerra ou conflito interior. Só a si mesmas se devem explicar as escolhas que fazem.
Para combater o medo, a força motriz será a coragem, é assim que funciona este binómio. O medo impele num sentido, a coragem resiste e impele no sentido oposto.
Não há coragem onde não viva o medo: E isto é muito bom sinal.
Tal como o medo, a coragem é um conjunto por si só de forças: confiança, razão, segurança, esperança e sobrevivência que combatem a fobia, o pavor, a insegurança e o receio de falhar ou perder algo.
Nós não vivemos sem medos, por isso mais vale ativar a coragem para nos prepararmos para o dia a dia.
Como utilizar este recurso de forma a aliciar as emoções do bem?
Primeiro de tudo: não podemos viver sem amor-próprio ou autoconfiança. Depois é necessário programar a mente de forma higiénica: criar pensamentos positivos, definir metas alcançáveis de forma a perceber quando chegamos ao objetivo.
Mais importante ainda é recorrer a recursos próprios: as nossas memórias dos sucessos alcançados no passado. Está lá tudo guardado. Viver é recordar e recordar emoções positivas ajudam e muito na nossa mente e corpo.
Até para acordar e levantar da cama é preciso coragem.
Vamos acordar?