Ser pobre é ser solitário, e sentir o mundo de uma forma peculiar.
De uma maneira geral a pobreza não está entre os elegíveis para as festas, eventos e demais convívios e atividades sociais, a que os favorecidos da sociedade têm acesso.
A solidão acompanha sempre os menos favorecidos, por muito que alguns cidadãos da sociedade promovam iniciativas e auxílios para os mais desfavorecidos da sociedade, esta é uma realidade que nos vai acompanhar sempre, e o pior é que já nos habituamos a viver com ela.
Familiarizámo-nos com os que pedem na rua, ou nos estacionamentos, sabemos bem que há muitas pessoas que continuam a pernoitar ao relento, com placas de cartão a fazer de colchão e de cobertor. É um verdadeiro drama.
Aprendemos a viver e a passar ao lado deles, sem grande impacto e deixamo-nos ir, viramos a cara e seguimos o nosso caminho, na esperança de que a vida se encarregue de os ajudar, ou a sorte atravesse o seu caminho. E esta terrível realidade quase se transforma numa inevitável nova faceta da sociedade.
O coração fica apertado ao pensarmos na vida injusta destas pessoas, que por razões várias da vida, se viram privadas de conforto, de dinheiro, até de carinho e afeto. Tantas vezes por sua própria negligência, outras tantas por atropelos e enganos do destino.
No fundo, vivem sem verdadeiramente viver, limitam-se apenas a existir, ou subsistir, se calhar sem sentir a solidão que os envolve e enreda, quem sabe ainda acreditem que um dia as coisas vão melhorar, e sua vida vai retomar o rumo certo.
Esta pobreza acabou por se tornar quase invisível aos nossos olhos, ou pelo menos impercetível, estas pessoas são seres que não vemos, porque não temos tempo ou nada podemos fazer por eles, transformam-se em realidades paralelas à nossa.
Por isso, sempre que há oportunidade, se mais nada podermos fazer, podemos oferecer um sorriso ou um olhar de alento e coragem.
Existe uma questão que é incontornável, estas pessoas são seres humanos iguaizinhos a nós, em tudo, menos no infortúnio de terem nascido para viver a par da sociedade, que os acolhe, mas não os recebe verdadeiramente no seu seio.
Nem sempre é fácil fazer o nosso caminho aprendendo a calçar os sapatos dos outros.
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