O mundo que eu queria

Hoje a palavra que resume o meu artigo é revolta.

Revolta e tristeza por continuarmos a ter no mundo e concretamente no nosso país, num momento de imensa tragédia, em que muitos homens e mulheres se colocam em risco para salvar outras vidas, e em que tantos morrem sem perceber muito bem como.

Pergunto: como podem existir ASSASSINOS que tiram a vida a outro ser humano de forma tão gritante e macabra?

Penso especificamente no rapaz de 21 anos que duas jovens assassinaram, e não contentes com o feito ainda lhe dilaceraram o corpo, deixando partes do mesmo em sítios distintos. Duas assassinas da mesma idade aproximadamente deste jovem. O que pode passar pela cabeça de alguém como estas bandidas que retiraram de forma gratuita a vida a um garoto?

Não pode haver compreensão para quem comete um crime tão macabro. Ninguém pode compreender os motivos que possam estar por detrás de um ato tão hediondo como este. Não foi suficiente tirar-lhe a vida como ainda decapitá-lo e desmembrá-lo?

Que mundo é este em que vivemos, quando três pessoas de uma força da autoridade nacional tiram a vida a uma pessoa, algemaram-no, amarraram-lhe os braços, e depois foi dar-lhe sem dó nem piedade toda a pancada que conseguiram, os três contra um amarrado que não teve sequer oportunidade de se defender.

Por isso, a minha reflexão desta semana incide justamente sobre a maldade que alguns seres humanos podem ter dentro de si. Antigamente os maus tinham cara do que eram, e todos os restantes sabiam muito bem quem eram os malvados.

Agora já não é assim, os malvados podem ser forças da autoridade ou mesmo umas miúdas com bom aspecto que ligadas à área da enfermagem e da segurança, jamais alguém poderia indiciar a mais leve desconfiança de serem capazes de uma postura digna de um tão elevado requinte de malvadez.

Menos ainda se desconfiaria de três agentes do SEF que estão nos aeroportos para gerir as entradas e saídas de pessoas, apaziguar eventuais desacatos, ninguém diria que também lá poderiam estar para maltratar pessoas ou mesmo matar seres humanos.

Profunda tristeza, não por ter a noção do mundo terrível em que todos vivemos, que sempre tive, mas sobretudo por perceber que, nem no meio de toda esta tormenta em que vivemos, as pessoas deixam de ser más, ou melhor, malvadas para com o seu próximo.

Será que nunca vamos aprender a viver em tranquilidade? Já não digo em harmonia, mas pelo menos em paz, evitando agressões e violência?

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