A geração 90 e também de finais de 80’s, são as primeiras a quebrar os estereótipos de estabilidade padronizados antigamente. Estes baseados na ideia de que aos 30 anos deveríamos ter a nossa vida financeira aliada a uma profissão estável e permanente, um casamento duradouro e pelo menos o primeiro filho.
Obviamente que se luta contra essa pressão fingindo que não existe muito sofrimento, inquietação e angústia por isso, até porque a nível profissional, o país não cria incentivos a cenários estáveis. O que torna ainda mais dolorosa a constante semente do medo que a sociedade planta de construir a própria família tarde demais. Mas na verdade, se fizermos uma reflexão profunda sobre isso, isso é só um modo egocêntrico disfarçado de preocupação dos pais de toda esta geração, de eles próprios não terem energia para aproveitar de ser “avós” sem estarem de bengala. Ou seja, a questão não vai tanto o “nós” estarmos a ficar velhos para ser pais, mas eles começarem a sentir-se velhos para serem avós. Por este motivo é que esta geração é acusada de ser egoísta, por pensar primeiro em si e só depois nos outros.
Em coisas comuns, vemos a diferença da vitalidade das gerações, maior exemplo disso é o futebol, onde antes assistíamos aos finais de carreira a pouco mais do que 30 anos, hoje ela está a terminar aos 40. As novas gerações preocupam-se com a alimentação, desporto, ginásio, coisas biológicas, os excessos de açúcar e isso não traz somente corpos tonificados, aparências mais jovens como uma pré-disposição diferente de antigamente.
Grande exemplo da origem das diferenças de comportamento está nos voos low-cost. A geração anterior, caso não fossem abastados financeiramente, viviam somente para o trabalho e família até à reforma, faziam um passeio anual até à Nazaré e com sorte ao Algarve. A geração de hoje viaja pela Europa e isso traz obviamente uma tendência à independência, aventura e autodescoberta. Isso nem sempre é compatível com a tão desejada estabilidade, até porque esta geração está financeiramente sobrecarregada com as as prestações. No entanto, está interessada em viver o presente em vez de somente se preocupar com o futuro.
Se esta geração realmente se irá arrepender mais tarde? É uma incógnita, mas já vimos também que frustrar as expetativas, objetivos e sonhos pessoais traz altos níveis de depressão e infelicidade. A paga disso vem, mais tarde ou mais cedo. É importante que o ser humano se mantenha fiel a si mesmo, caso contrário também irá cobrar a alguém o fato de ter deixado de fazer algo pela influência dessa pessoa. A busca deve ser pelo equilíbrio emocional e não nos objetivos calendarizados por uma sociedade.