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Devemos construir pontes em vez de muros

Quando identificamos uma mudança qualquer onde vivemos, ou na nossa rotina, ou na sociedade como um todo, onde quer que seja, procuramos perceber as razões para tal. Muitas vezes, o senso comum, o preconceito ou até mesmo factos históricos podem fazer com que tenhamos um entendimento errado, ou, no mínimo, superficial das causas que geraram alterações em nosso meio.

Um exemplo disso é quando recebemos notícias do aumento da criminalidade e da violência em determinados sítios e logo associamos isso com os imigrantes. Ao fazermos isso, estamos a cometer uma falácia de causa, quando saltamos diretamente de um facto para uma conclusão. Para não cometermos este erro, precisamos fazer uma investigação entre os factos para criar uma correlação.

A questão principal é que, na maioria das vezes, quando foram feitas estas investigações, os resultados não mostram uma correlação entre o aumento de imigrantes com o aumento da criminalidade.

Investigações como esta também mostraram que não é a severidade na punição de determinado crime que evita que seja cometido, mas, principalmente, quando há certeza de que não ficará impune. Ou seja, não é uma lei de pena de morte, por exemplo, que vai diminuir a quantidade de determinado crime, mas a certeza de que, se cometido, vai ser apanhado e condenado. Este estudo foi feito em países que, apesar de terem penas mais severas, ainda há um elevado número de casos impunes e, portanto, um alto índice de criminalidade em comparação com países com penas mais brandas, mas que a maioria dos crimes são resolvidos e os delinquentes têm de pagar pelos seus atos.

Voltando à análise das causas que levam ao aumento da criminalidade, além da sensação de impunidade, a desigualdade social é apontada como o principal problema.

O desemprego, por exemplo, faz muitas vezes um trabalhador aceitar ofertas de ocupação em condições horríveis, sem nenhum direito ou garantias, que exigem esforço e elevadas horas de trabalho. Esse desgaste e a falta de perspetiva de melhores condições deixam espaço para a marginalidade.

Portanto, o melhor caminho para uma sociedade mais segura não são políticas e leis anti-imigração, mas investimentos na qualificação profissional e melhorias nas leis e condições de trabalho, evitando que pessoas sejam exploradas. E o combate ao crime organizado e ao tráfico de drogas, que são os maiores financiadores da violência hoje.

O Papa Francisco disse que “discursos políticos tendem a atribuir todo o mal aos imigrantes”, que os dias atuais estão “marcados por um clima de desconfiança, medo de estrangeiros, dos outros, na angústia a respeito da própria segurança. Devemos construir pontes em vez de muros!”

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