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Literacia digital em Actualização

Num mundo cada vez mais tecnológico, onde as experiências online e offline se misturam, será que a maior parte da população tem competências digitais? Todos nós sabemos o que é a iliteracia, dificuldade ou incapacidade em ler, interpretar, escrever e calcular. Mas, e em relação à iliteracia digital, saberemos mesmo o seu significado e o que está a ser feito para combatê-la?

Hoje é difícil estarmos em qualquer sítio sem que ao nosso redor haja alguém agarrado a um dispositivo. No entanto, este facto não é sinónimo de que tenhamos uma população com aptidões digitais. Literacia digital é um pouco mais complexa do que ligar um PC ou aceder a uma qualquer rede social. A verdade é que desde os anos 90 existem inúmeros estudos relacionados com a era digital e tecnológica que tentam resumir o significado deste conceito. A sua evolução mostra-nos a diversidade e a importância do mesmo na sociedade actual. Em 2008, Sharkey e Brandt, integraram neste conceito a literacia tecnológica e a literacia informativa. Propõem assim que a literacia digital seja interpretada como a capacidade que um indivíduo tem em procurar, analisar, criticar e comunicar informação nas diversas plataformas, através do uso da tecnologia.

Em Portugal, a cobertura de banda larga é de 100% e até já temos grande parte dos serviços públicos digitais. Contudo, esta realidade cruza-se com outra bem diferente, pois na verdade 30% da população portuguesa nunca utilizou a Internet.

O problema torna-se maior quando pensamos que para além das pessoas que não tem acesso ao digital existem outras tantas que usam e abusam do mesmo sem tomar as precauções necessárias. É cada vez mais comum existirem roubos a figuras públicas, temos o exemplo da Kim Kardashian e do nosso Zé Pedro dos Xutos, porque através das redes sociais, facilmente se sabe onde estão. Outro grande problema são as fotografias das nossas crianças que circulam por essa Net fora na maior parte das vezes sem que os pais se apercebam que podem cair nas mãos erradas. Mas se quisermos pensar a fundo nisto, não o podemos fazer sem Edward Snowden. Através dele descobrimos que a todo o momento estamos a ser vigiados, hackeados, é a expressão correcta. Os nossos smartphones e Pc`s, tornaram-se interfaces de espionagem de vidas alheias sob o pretexto de uma acção antiterrorista, mas que não passa de mais uma manobra de controlo de massas e contra-espionagem. Estas são algumas das situações sobre as quais temos de reflectir para nos tentarmos proteger num futuro que está cada vez mais rápido.

Existem vários projectos a decorrer com o objectivo de dar a conhecer o mundo digital a todos os que nunca experimentaram: idosos, adultos com baixos níveis de escolaridade e pessoas inactivas com baixas qualificações profissionais. Porém, não só, existem projectos como o LIDIA (Literacia Digital de Adultos) que acreditam que ao trabalharem junto de formadores e técnicos de intervenção social, cultural e educacional, estão também a chegar a todos os adultos e crianças em formação sob a responsabilidade desses mesmos técnicos, criando um efeito multiplicador do trabalho desenvolvido. A ESES (Escola Superior de Comunicação de Santarém) tem aberto neste momento um curso online de Literacia Digital, o curso é gratuito e dá direito a certificado e a 2 créditos no curso de Pós-graduação em Projectos e Internacionalização. Esta iniciativa tem dois objectivos centrais: mostrar a cada participante as suas reais aptidões digitais e estimular os participantes com novos instrumentos e estratégias que os ajudem na sua nova função de “Padrinhos Digitais”.

Apesar deste último exemplo e do trabalho feito nos últimos três anos, ainda falta discutir o que deve ser o ensino das tecnologias de informação nas escolas. Muitos acreditam que o ensino deve ser mais ambicioso e estimulante logo a partir do 1.º ciclo. Acreditam que ensinar as crianças apenas a trabalhar num qualquer software não é suficiente e que devemos ensinar-lhes conteúdos mais evoluídos que lhes permitam no futuro criar as próprias ferramentas digitais. Scratch é um bom exemplo de linguagem de programação acessível a crianças dos 8-16 anos.

A verdade é que a sociedade e a tecnologia estão em constante mutação e torna-se essencial permanecer actualizado face às novidades que aparecem e às suas aplicações no nosso dia-a-dia. A tecnologia faz parte do nosso quotidiano, até nas tarefas mais simples, desde a escola ao trabalho, ao grupo de amigos, às compras, à relação com o poder, ao acesso à saúde e aos serviços bancários. Só o equilíbrio entre infra-estruturas e capital humano permitirá retirar da sociedade da informação e do conhecimento todo o seu potencial de participação e inclusão na sociedade civil.

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