O fenómeno das boy bands não é novo, desde que a música rock começou a abrir espaço para novas sonoridades que as bandas constituídas maioritariamente por rapazes, são uma realidade. Não podemos esquecer que as mulheres tinham um papel muito limitado na sociedade ocidental, num passado recente, e, por isso, algumas atividades estavam vedadas. Fazer parte de uma banda e andar de cidade em cidade a tocar, não era bem-visto para uma senhora.
Avançando neste detalhe histórico, tenho ideia, mas posso estar errada (por não ter dados concretos para esta afirmação) mas entre os anos 80 e 90 tivemos um boom expressivo de boy bands dentro da música Pop (sim, porque dentro do rock são bandas apenas sem o boy) estas são para as miúdas e rock era mais coisa de rapaz.
Por ter crescido nestas décadas, tenho a sensação que no início dos anos 90 havia boy bands para todos os gostos e feitios e de todas as nacionalidades. Nós por cá também não ficamos de fora desta “febre” com os EXCESSO, os D’ Arrasar e os Millenium. Depois destes com o fenómeno dos Morangos com Açúcar vieram outras, mas estes foram os pioneiros.
Com o VH1 e a MTV as minhas tardes depois da escola eram passadas a ver videoclips destas bandas: Backstreet Boys, NSNYC, Take That, Westlifw, Blue, Five ou Boyzone. Havia muito por onde escolher, estavam constantemente a lançar novos hits, coreografias e vídeos. Só mais tarde comecei a achar interessantes também as bandas das meninas, muito por culpa das Spice Girls, verdade seja dita. Sempre gostei da sonoridade alegre, das cores, dos brilhos e de uma certa inocência associada a este estilo de música. Não obrigava a pensar, tinha ritmo e deixa-me sempre animada… se como plus os rapazes fossem “bem apessoados” (como dizia a minha avó) tanto melhor! E nesse ponto, ninguém batia os Take That.
São acontecimentos que marcaram uma geração. Ao ouvir a M80 – Geração de 90 – deu-se o clique para me lembrar do quanto gostava (e gosto) da vivacidade destas músicas e das boas memórias que lhes tenho associadas. Sem qualquer vergonha em dizê-lo, nem hoje, nem na época porque o meu gosto musical não se encerra apenas num estilo ou género, consigo apreciar todos os estilos com igual entusiasmo.
Não sei se foi apenas uma moda passageira a das boy band ou se simplesmente se deixaram de chamar assim, na Coreia estas bandas são um fenómeno de vendas e uma inspiração para os jovens. Talvez eles ainda andem por aí, pelos menos os que eu acompanhava, sim, apanhados nas ondas de revivalismos que proliferam um pouco por todo o lado.