“Everyone deserves a chance to fly.”
Elphaba
Conta a história de Elphaba (Cynthia Erivo), uma criatura verde, marginalizada por todos, e a sua rivalidade/amizade com Glinda (Ariana Grande), a rapariga mais popular da escola. As duas tentam conhecer o fantástico feiticeiro de Oz.
Premissa e Conceito
Toda esta obra tem como base o musical do mesmo nome, criado em 2003 para a Broadway, sendo que, para viajarmos para a origem de tudo, temos que recuar a 1939 até ao filme “O Feitiçeiro de Oz”.
Nesse filme, temos duas personagens secundárias: Glinda, a Fada “Boa” de Oz; Elphaba, a Bruxa Má do Oeste.
Tr(i)unfos de Wicked
Representação
Este filme foi uma absoluta e arrebatadora surpresa! Tudo parece resultar nesta adaptação, desde a escolha das duas protagonistas que correspondem tanto a nível vocal e representação, até a todos os aspetos sonoros, de edição e de estrutura narrativa.
Cynthia Erivo brilha como Elphaba e usa toda a sua experiência dramática e vocal para carimbar que é a definitiva “Elphaba” de todas as versões já apresentadas deste musical.
Se Cynthia brilha, podemos dizer que Ariana ofusca. A cantora-virada-atriz parece ter desaparecido para dar lugar a uma nova “Ariana-Glinda”.
Podemos dizer que (re)nasceu para viver esta personagem. Continuo a dizer que o Óscar de Melhor Atriz Secundária seria justamente dela.
Temos ainda ótimos complementos secundários de Jonathan Bailey, Michelle Yeoh e Jeff Goldblum.

Banda Sonora
Visto que todas as músicas estão já escritas e são “famosas” desde os anos 2000’, o desafio aqui é superar a edição e “arranjo” dado a estas obras.
O trabalho não poderia ter sido melhor. Todas as músicas são elevadas tanto pela sonoridade profissional que é dada a cada canção como pelas vozes de Cynthia e Ariana.
As melodias menos consagradas como “What Is This Feeling?” e “Dancing Through Life” parecem ganhar uma nova força e os grandes clássicos como “Popular” e “Defying Gravity” correspondem a todas as expectativas.
Estrutura Narrativa
“Wicked” é assumidamente um musical longo e por isso existiu a escolha inicial de dividir o filme em duas partes, o que resulta na perfeição.
Conseguimos ver esta primeira parte e ver um arco “completo” na personagem de Elphaba só neste primeiro filme, percebendo que existirá um maior complemento na segunda parte.
Tal como no musical original, existem imensas frases aparentemente “inocentes” em cada música que acabam por ter um grande efeito de foreshadowing (indicio de algo que irá acontecer mais à frente).
Os dois maiores exemplos são: quando Elphaba canta que está a prever uma celebração em Oz no futuro que vai ser só sobre ela; quando Fiyero canta que a vida é menos dolorosa para quem não tem cérebro. (e mais não direi!)
Realização/Efeitos Visuais
Ser um filme imaculado em representação e sonoridade não era suficiente. por isso Wicked é também magistral na sua realização e nos efeitos visuais, pelos quais acabou por vencer dois Óscars.
Toda a apresentação do mundo de Oz é feita com cores vivas e com cenários impressionantes que enchem o olho de qualquer espectador.A música enche o ouvido.
John M. Chu pegou no seu maior desafio até agora e teve nota máxima ao realizar este filme com uma edição dos números musicais muito sofisticada, esticando ao máximo o que se pode fazer em cinema e que nunca se poderia fazer num palco da Broadway.
Principais Conclusões
Estamos ainda expectantes com a segunda parte, mas uma coisa podemos já dizer com certeza: Wicked, a adaptação de cinema, superou qualquer versão anterior e tornou-se a “definitiva” versão desta história.
Triunfa em todos os departamentos e deixando as duas personagens principais como marcas das atrizes que as interpretaram.
Foi, sem dúvida, o meu filme preferido de 2024 e um que recomendo todos a ver ou rever antes de assistir à parte 2!
8.5/10
To Be Continued…