Fake news é um termo em inglês e é usado para referir-se a falsas informações, principalmente difundidas na internet. Não é de hoje que as mentiras são divulgadas como verdades, mas foi nas redes sociais, que este tipo de publicação se popularizou. Apesar de parecer recente, o termo, notícia falsa em português, é mais antigo do que aparenta. Segundo o dicionário Merriam-Webster (o dicionário mais respeitado na América), esta expressão é usada desde o final do século XIX. O termo é em inglês, mas tornou-se popular em todo o mundo.
Para espalhar informações falsas, é criada uma página na internet. Um robot criado pelos programadores desses grupos é o responsável por disseminar o link nas redes. O ‘bot’ – abreviatura de robô – é um programa de software que executa tarefas automatizadas, repetitivas e pré-definidas. Os bots normalmente imitam ou substituem o comportamento dos humanos. Por serem automatizados, operam muito mais rápido, a uma velocidade tal que qualquer um de nós não conseguiríamos divulgar. Como os responsáveis pelas fake news atuam, geralmente, numa região da web (dark web) que é oculta para a grande maioria dos utilizadores, não é fácil identificá-los.
Além disso, essas pessoas usam servidores de fora do país, em LAN Houses. LAN House é um estabelecimento comercial onde os clientes podem pagar para utilizar um computador com acesso à Internet e a uma rede local, com o principal fim de acesso à informação rápida pela rede e entretenimento através dos jogos em rede ou online, que não exigem identificação.
Com tamanho volume de disseminação de conteúdos, as pessoas reais ficam vulneráveis às fake news e acabam por ir partilhando. Desta forma, está criada uma rede de mentiras entre utilizadores da internet. Qualquer tipo de informação falsa, da mais simples à mais descabida, induz as pessoas ao erro. Falando por mim, à primeira vista não consigo perceber o que é fake ou não. Em caso de dúvida, procuro a origem.
Em vários casos, a notícia contém uma informação falsa, cercada de outras verdadeiras. É principalmente nessas situações que estão escondidos os perigos das fake news, e as suas consequências podem ser desastrosas. As notícias falsas muitas vezes apresentam opiniões fortes e preconceituosas como factos
A divulgação de notícias falsas, pode interferir negativamente nos vários sectores da nossa sociedade.
Notou-se uma progressão de notícias falsas a partir da eleição de Trump, em 2016. Na época em que Trump foi eleito, algumas empresas especializadas identificaram uma série de sites com conteúdo duvidoso. A maioria das notícias divulgadas por esses sites (de agências russas) explorava conteúdos sensacionalistas, envolvendo, nalguns casos, personalidades importantes, como a adversária de Trump, Hillary Clinton.
As pessoas têm que ser mais críticas, pesquisarem pela fonte de informação e não acreditarem apenas na notícia ou no jornalista.
As Fake News na Escola
Em relação a crianças e adolescentes, as fake news estão diretamente relacionadas à prática de cyberbullying, o que tem acontecido com muita frequência. São boatos que começam nas salas de aula e acabam nas redes sociais, causando constrangimento, receio e por consequência afectam a aprendizagem das crianças.
Muitas vezes os adolescentes publicam nas redes sociais informações sobre
colegas, que nem sequer são verdade, e que geralmente têm a intenção de humilhar e difamar. É comum a partilha dessas informações, gerando uma rede de mentiras e muito sofrimento a quem foi difamado.
Inquirindo alguns professores sobre o assunte, eles notaram um aumento de ansiedade e uma distorção geral das visões de mundo. Geralmente a confiança que as crianças têm nas notícias como fontes confiáveis poderá começar a diminuir. O combate às fake news é um dever de todos e deveria começar na sala de aula.
A minha conclusão: A liberdade de expressão nunca poderá ser confundida com desinformação e propagação de ódio e de preconceitos, que são transversais a diversos campos da vida em sociedade, afectando a educação, a cultura, o desporto ou a política.