Podemos (…) assistir a um concerto, que ouvir é a maneira mais pura de calar.
Terça-feira, 25 de Julho de 2017
O jantar foi na Casa do Alentejo. Devíamos estar uns vinte à mesa no aniversário do Vitor quando a Elsa lhe ofereceu um livro de Filipa Leal, poetisa (poeta?) pertencente à nova geração de poetas portugueses (é pouco mais velha do que eu: até que idade cabe a “nova geração”? Se for como as “Avenidas Novas”, para sempre…) e à data eu não fazia ideia de quem ela era (soube depois que, com o Pedro Lamares, faz um programa no Canal 2 chamado Literatura Aqui).

Foi nessa terça que Vem à Quinta-Feira chegou até mim. Alguém propôs passar o livro de mão em mão para cada um ler um poema. Nunca chegou a minha vez mas “Portugal”, lido pelo Filipe, chamou-me a atenção…
“O Teu Produto Interno
é Bruto.”
…e quando a ronda poética esmoreceu, pedi para ver o livro. Decidi comprá-lo…
Sábado, 23 de Setembro de 2017
…o que veio a acontecer meses depois no Palácio de Belém, na Festa do Livro patrocinada pelo Presidente Marcelo. Não fazia tenção de comprar nada, sendo conduzido, juntamente com o Sérgio, apenas pela curiosidade.
Comprei-o mal o vi e nessa mesma noite decidi que seria a leitura seguinte.
Porque buscamos no quotidiano uma estrada onde se repita o amor e a casa de algum Verão.
Domingo, 15 de Outubro de 2017
Li-o numa tarde nos Aliados, enquanto esperava a boleia que me traria de volta a Lisboa. E que prazer senti ao encontrar palavras sopradas de tal forma que não só me revi, como o retrato veio acompanhado de uma beleza… poética!
Releio um ou outro poema amiúde e descubro sempre algo.
Escrever muito sobre uma poesia é estragá-la pois a experiência de um poema, para leigos (o meu caso) ou entendidos, é demasiado pessoal para poluir com considerações que são, quase sempre, excessivas. Assim, para sentir algo autêntico, bom mesmo é ler o livro. No entanto…
Quinta-feira, 25 de Abril de 2019

…como resumir em poucas linhas as minhas impressões? Não sei… não sou muito de ler nem de escrever poesia: considero-a uma forma de expressão de tal forma elevada que sinto sempre ficar aquém do que ali está para ser explorado, sentido, vivido, chorado, sofrido, rido…
“É tanto o que se pede a um ser humano do século vinte e um.
Que morra de medo e de saudade no aeroporto Francisco Sá Carneiro.
Mas que não chore.”
Aguardo pela Feira do Livro de Lisboa para comprar o mais recente livro da Filipa Leal, Fósforos e Metal sobre Imitação de Ser Humano (título sugestivo!).
Ao reler alguns poemas, passo pel’Os Meus Primeiros Passos em Volta e pasmo ante a coincidência de recentemente me ter cruzado com um desconhecido no aeroporto de Barajas que, perante o que eu estava a ler, iniciou comigo uma conversa sobre literatura, aconselhando-me Os Passos em Volta, de Herberto Hélder! É este o outro livro que tinha decidido comprar na Feira. E afinal já havia tido contacto com ele através de um poema de Vem à Quinta-Feira!
Triste, sensível (é poesia!) e honesta, o equilíbrio que se estende ao longo da obra dificulta a escolha dos poemas… O Mapa? Manual de Despedida para Mulheres Sensíveis? Havemos de ir a Viana? Cinema São Jorge?…
Sábado, 27 de Outubro de 2018
Porque andamos à procura uns dos outros dentro e fora de quem somos e parece que nos desencontramos (…)