O medo é uma sensação que proporciona um estado de alerta, geralmente originado por nos sentirmos ameaçados, tanto física, como psicologicamente. É também uma reacção obtida a partir do contacto com algum estímulo físico, ou mental, que gera uma resposta de alerta no organismo.
No entanto, quando se vence a sensação de medo, coisas impossíveis, de repente, começam a acontecer.
Remontando-nos ao início do século XX, muitos conceitos que, para nós, hoje são quase tão naturais como respirar, eram vistos de forma céptica, postos no plano do surreal, impossível e, ultimamente, eram vistos com medo. Medo de falhar, medo do impossível, medo de pôr o estabelecido em questão, medo de mudança. Contudo, o medo que era largamente sentido pela maioria foi o medo que levou alguns a puxar fronteiras, quebrando sistematicamente a barreira da realidade, alargando horizontes, puxando a ciência e tecnologia de uma forma futurista e, ao mesmo tempo, temerária.
Quando a 17 de Dezembro de 1903 os irmãos Wright conseguiram, pela primeira vez, pilotar um avião, durante 12 segundos, não tiveram oportunidade de pôr o medo na equação. Até à altura do primeiro voo deles, a opinião geral era que apenas seriam, na melhor das hipoteses, possíveis construir e utilizar aviões dentro de 10 milhões de anos. Os irmãos Wright contrariaram a concepção geral e mudaram o rumo da história aeronáutica para sempre.
A partir desta primeira iteração dos irmãos Wright, muitos mais foram contagiados pela vontade de não ter medo de falhar, inovar, pensar diferente e seguir um caminho há muito posto de parte, rotulado como impossível. Hoje, para além de termos os aviões como algo comum do dia-a-dia, puxamos os limites do que até à altura era imaginável, alcançamos fronteiras desconhecidas. Desde a conquista do espaço até à inovação na tecnologia aeronáutica, passando pelos aviões não tripulados e pela velocidade Mach-20, tudo foi possível, porque houve gente que, desde o início, não teve medo de avançar, de contrariar pensamentos e de falhar, falhar vezes sem conta, mas tentar até conseguir.
O medo de falhar é algo natural, mas, quando se consegue ultrapassar, permite-nos alcançar o impossível, alargando o espectro da capacidade humana.