Os espetáculos ao vivo têm adquirido dimensões inimigináveis há algumas décadas. Nos últimos tempos, foram muitos os artistas que deixaram marcas televisivas fortes. O tributo de Lorde a David Bowie, nos Grammy, Beyonce e os Coldplay, no Super Bowl, Dave Grohl ou Lady Gaga nos Oscars são exemplos perfeitos de que o espetáculo de palco adquiriu uma sofisticação indissociável dos recursos e técnicas da televisão.
Iluminação, som, cenário, tudo tem contribuído para espetáculos ao vivo cada vez mais elaborados, mas não se trata apenas daquilo que as televisões e a internet transmitem. Trata-se, sobretudo, do “ao vivo”. Trata-se de fazer delirar aqueles que estão ali à volta e acabam por fazer parte do espetáculo.
Quando se compra um bilhete para um concerto – cujos preços raras vezes são baixos – está-se à espera de surpresa, de inovação. Surpreender os fãs deve, pois, ser o dever dos artistas, através de técnicas cada vez melhores.
É claro que, quando os espetáculos são transmitidos para outras vias, entra outra parte técnica imprescindível. A parte técnica do vídeo, os planos, enquadramentos, tudo conta para colar o espetador ao ecrã, fazendo-o sentir vontade de estar ali.
Os espetáculos são como se fossem um filme. E aqueles que os assistem ao vivo, no fundo, são uma espécie de personagem do filme, são parte do plateau.
Falando de Portugal, por exemplo, podemos dizer que somos um país que aprecia bons concertos, que adere facilmente aos festivais de verão. Também estes – por vezes, transmitidos na televisão ou internet – têm-se sofisticado ao longo dos anos.
A música acaba, muitas vezes, por nem ser o mais importante. O ideal é que o artista e a sua equipa saibam envolver o público, mesmo o público que não conhece de cor as suas músicas.
Numa era de inovação e de técnica, os espetáculos ao vivo não são excepção. A sua sofisticação veio para ficar. É quase certo que haverá espetáculos que ainda surpreenderão mais que os mencionados.