Hoje vou escrever sobre uma das minhas bandas favoritas os: The Cult.
Ao contrário do que se diz – as pessoas mais velhas pelo menos – “a música do meu tempo“ ou “a banda da minha juventude” e por ai fora, eu vejo as coisas assim: a música não tem tempo, eu gosto do que o tempo em que estou me tem para oferecer! Por isso, a música do meu tempo é da altura em que era criança, adolescente, adulta e por ai fora. Eu vivo agora, a música que se faz agora é também a música do meu tempo. Será assim até ao fim da minha vida. Posso não me identificar com determinado estilo ou género mas não deixa de ser música do meu tempo, não é propriedade apenas dos mais jovens, é de todos.
Não quer isto dizer que não tenha preferências, como é o caso dos The Cult. Tenho preferências até de outros tempos que não o meu, porque lá está, a música é intemporal e transversal a todo e qualquer tempo. O valor da música vai muito para além da época em que foi produzida, quando as coisas são feitas com qualidade não têm validade.
Voltando aos Cult, também eles não são consensuais, e quem é? Têm um estilo musical muito próprio, não só pela forma como tocam ou compõem mas essencialmente pela voz do vocalista Ian Astbury. Existe neles uma singularidade que faz com que se identifique de imediato a música com a banda. Aquele som em particular só podem ser os Cult!
Os The Cult são uma banda rock gótico inglesa formada em Yorkshire em 1984, atualmente constituída por: Ian Astbury (voz e guitarra); Billy Duffy (guitarra) e John Tempesta (bateria) contam já com um longo percurso, um pouco atribulado pelos os excessos de álcool e drogas que também fizeram parte da história da banda a par de uma vasta e boa discografia.
Os álbuns “Love” e “Sonic Temple” de 1985 e 1989 respetivamente são talvez os mais conhecidos e os mais emblemáticos de toda a sua história. Apesar de terem participado em algumas bandas sonoras de filmes e terem tido alguns hits, nestes dois álbuns os singles de sucesso parecem ter proliferado, como é o caso dos exemplos que apresento a seguir.
“She Sells Sanctuary – Love”
“Fire Woman – Sonic Temple”
Em 2017, quando questionado sobre os prémios e o reconhecimento da banda, que já conta com mais de 30 anos de carreira, Ian Astbury afirmou: “Isso dos prémios, qualificações, Hall da Fama do Rock é muito chato! O que me importa é estar no palco, não ficar a pensar sobre o nosso status dentro do rock.” Mesmo que não tenham recebido grandes prémios ao longo da carreira, o reconhecimento do público fiel, mantém viva a banda e tornam os seus concertos em espetáculos intimistas que enchem a alma aos fãs.
NOTA – A título de curiosidade e porque sou fã tanto dos The Cult como os The Doors, deixo um facto que liga as duas bandas. Em 2002 o vocalista Ian Astbury fez parte do projeto The Doors of the 21st Century, ao lado de Ray Manzarek (o tecladista morreu em 2013) e Robbie Krieger (guitarra) dois dos membros do grupo liderado por Jim Morrison. De todas as opções que estiveram em cima da mesa para ocupar o lugar de vocalista e cantar as músicas dos Doors, o Ian foi sem dúvida a melhor escolha. Quando soube que era ele o cantor escolhido pelo Ray e o Robbie, fiquei feliz. Também eu teria feito a mesma escolha.)