Perdi-me na razão do meu ser, e não voltei a encontrar o meu pensamento.
Encaminhei todas as minhas forças para o que considerei ser importante, mas afinal nada encontrei que tivesse valor.
Tudo era afinal vazio e escuro, negro como a noite de inverno que nos atormenta quando somos crianças, e que uma gigante trovoada parece vir de repente devorar-nos ou reduzir-nos a pó, sem qualquer dó nem piedade.
Ouvi alguém um dia dizer que todas as coisas têm vida se lhes soubermos despertar a alma, será que é assim? Ainda gostava de perceber se será verdade.
O que é afinal a alma? Será o que nos sustenta o ser, será a razão dos nossos alternados estados de espírito e de humor, ou apenas, o interior do que realmente somos?
Gostava de poder estudar mais a sério estas questões da alma, e da razão de sermos todos tão diferentes, alguns mais parecidos entre si, por conta dos gostos e ou das opiniões, mas todos naturalmente distintos uns dos outros.
De acordo com a Infopédia a palavra Alma vem “do grego anemos, que significa ar, sopro, a alma é o princípio vital, a sede do pensamento. É, em primeiro lugar, o sopro que anima um corpo vivo. Designa o princípio do pensamento e da organização, de um modo geral, do ser humano”, num sentido mais bíblico, “a alma é a parte de nós que nos liga às pessoas. O Espírito nos liga a Deus.”
A alma torna-nos, portanto, seres únicos com uma luz e um brilho diferente, que imana diferentes tonalidades, mais ou menos intensas conforme os nossos estados de alma, e os meios em que nos encontramos.
Perdi-me no caminho e ninguém me procurou.
Talvez, porque não me acharam de menos, ou porque pouco significo nos seus caminhos, tudo na vida é sempre tão relativo e perde tanta importância quando se coloca em perspetiva. Mas continuamos assim, humanos, e a errar sem perceber que deveremos aprender com o que não fazemos bem.
Estou confusa… se a alma é o sopro do nosso ser, então porque não seguimos esse sopro e não alimentamos a sede do nosso pensamento, que é afinal o único sítio neste universo onde só entra de facto quem nós queremos ou autorizamos.
Qualquer outro espaço pode ser invadido ou ultrajado por qualquer pessoa, no entanto, o nosso pensamento é apenas nosso e nele habita apenas quem nós permitimos.
Ainda que por vezes, e sem percebemos bem por que razão, nos deixemos invadir por terceiros e pelas suas opiniões, palpites, ou mesmo ódios de estimação que não nos pertencem, mas que nos influenciam, caso o permitamos.
E por vezes permitimos mesmo sem perceber, basta que recebamos a energia negativa que carregam algumas das pessoas com quem nos relacionamos, e a deixemos transferir-se para nós, já estamos invadidos do que não nos interessa, e que nos afasta do que realmente nos interessa: a interioridade do nosso ser. Aprendendo a valorizar quem e o que é verdadeiramente importante na nossa vida.