É este o nome do documentário, disponível na RTP Play sobre o ator norte-americano Sean Penn.
O Sean Penn é um dos meus atores favoritos, genial em quase todos os papeis que desempenhou no cinema, o seu lado de inadaptado e rebelde fez com que o fascínio por ele, se tornasse ainda maior. Por isso, conhecer melhor o homem e o seu contexto foi o que me levou a ver o documentário. Não sabia grande coisa sobre ele a nível pessoal, e percebendo de onde veio – o seu núcleo familiar – passei a entender melhor as suas escolhas.
Nascido nos anos 60 em Santa Mónica na Califórnia no seio de uma família marcadamente de esquerda e ativista, fez com que a sua natureza, se relevasse cedo. A rebeldia, a vontade de quebrar as regras da sociedade, ser diferente, chocar e viver de acordo com as suas próprias regras tornaram-no uma “inadaptado” com a vida, de um modo geral. Dificilmente se tornaria um adulto convencional e como jovem adolescente, esteve sempre à margem, mas perto dos “underdogs” como ele, que sonhavam com uma vida e uma sociedade e onde pudessem viver com bem entendessem.
Um homem de causas, quase sempre controversas. Um rebelde, provocador, proscrito e anti vedeta assumido. Uma figura controversa, amado e odiado por muitos é, sem dúvida, uma lenda viva do cinema atual. Poucos atores da sua geração poderão dizer que deixam uma legado tão impactante como o Sean Penn, seja pelos papeis que desempenhou no cinema seja pelos filmes que realizou. Acima de tudo, este é um homem inconformado com “a vida”, mas que abarcada um notório amor ao seu país e o mundo no geral.
Intenso em tudo o que faz, é conhecido pelo seu “excessivo” empenho na construção das suas personagens ao ponto de não conseguir libertar-se delas. Sempre que se dedica a um papel, leva-o ao extremo, como se deixasse de ser ele próprio e passasse a ser apenas aquele que está a interpretar, o que em set nem sempre gerou bom ambiente entre os seus pares. O Sean Penn representa o oposto aos grandes ícones dos cinema de Hollywood. A sua filmologia retrata miseráveis, dissidentes, os forasteiros, provincianos, as prostitutas, os drogados e todos aqueles que a sociedade tenta esconder.
Não só no cinema com os papeis que desempenhou ou com os filmes que realizou a sua rebeldia se expõe, controverso até nos temas que apoia, nomeadamente na politica e no ativismo social. Não se esconde, dá a cara pelas causas que acredita com fervor mesmo que isso lhe custe inimigos declarados. Sejam eles os políticos mais importantes dos seu país ou de outros, as estruturas militares ou os seus colegas. Questiona, envolve-se e chegou a ser acusado de utilizar o seu ativismo para auto promoção.
Como todo o bom rebelde, conta com umas passagens pela prisão por ter agredido alguns paparazzi. O cigarro na mão ou no canto da boca, as drogas e o álcool sempre ilustraram a sua vida. No entanto, é difícil não concordar que apesar das controvérsias todas, é um trabalhador árduo, empenhado e merecedor de todos os prémios que recebeu. Aclamá-lo hoje, é reconhecer também que este homem invulgar é um dos artistas mais completos da sua geração.
A ver na RTP Play
Nota: Este artigo foi escrito seguindo as regras do Novo Acordo Ortográfico
