Quando se quer muito…

Desde muito novos nos habituamos a ouvir “Estuda, para que um dia possas ter um bom trabalho e uma boa vida.” Quantos escutamos esta frase dos nossos pais?

E de facto estudamos, dedicamo-nos e muitas vezes até estamos entre os melhores da turma. Trabalhamos na expetativa de fazer o que sonhamos e para o qual estamos a estudar, o sonho comando a vida nesta fase e tudo o que quisermos será possível acontecer. A menos que alguém nos estrague o sonho.

Pergunto-me por vezes se ser um bom aluno é sinónimo de arranjar um bom trabalho?

A verdade é que nem sempre assim acontece, por vezes, apesar de se ser bom estudante, nem sempre se  consegue transpor essas habilidades teóricas adquiridas, para a realidade do mundo do trabalho que nos envolve. Ou noutros casos, apenas porque se criam demasiadas expetativas que nem sempre correspondem ao que de facto se encontra posteriormente no dia a dia.

Creio que não é condição que os bons alunos sejam bons trabalhadores, porque os cenários e os contextos são diferentes, e afinal estes alunos nunca estão sozinhos, serão sempre eles e as suas condições, quer queiramos quer não, estas são sempre um elemento a ponderar e a avaliar quando se estima a inserção dos estudantes no mercado de trabalho. Quer seja estas condições físicas, por vezes até financeiras, quer sejam mesmo emocionais.

O estudante que termina a sua formação tem sempre à sua frente um novo horizonte distinto daquele de onde veio, e apenas a forma como abraça a causa, e o modo como as suas emoções se gerem em face dos novos desafios podem permitir facilitar ou dificultar a entrada no mercado de trabalho.

Naturalmente também podem existir os elementos exógenos que dificultem o acesso e a entrada no mercado de trabalho, mas se as condições internas de cada um não estiverem bem resolvidas, em função das emoções e das capacidades do aluno que abraça o mercado de trabalho, então a missão será muito naturalmente dificultada.

Será que ter boas notas, refletindo esta avaliação um bom desempenho académico, permite a facilidade em conseguir alcançar o trabalho que se pretende? Diria que não é fundamental, mas continua sem qualquer dúvida a ser um fator de relevância para quem entrevista e seleciona novos colaboradores para a sua empresa.

No fundo, pode estabelecer-se o paralelismo de que a avaliação final de um estudante que termina a faculdade e ingressa no mercado de trabalho é o seu melhor fato que pode apresentar, e que se adiciona, em complemento ao seu “dress code” do dia da entrevista.

Ou seja, por muito bem que se apresente, a avaliação que obteve na faculdade revelará sempre informação sobre o candidato que se apresenta à entrevista. Afinal como refere o Paulo Coelho;

“Quando você quer alguma coisa, todo o universo conspira para que você realize o seu desejo”.

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