Como o nosso querido Repórter Sombra completa mais um aniversário, lembrei-me de contar como cheguei a esta paixão de escrever artigos.
Tudo começou por um simples sonho. A paixão pelo futebol sempre foi mais que muita. Lembro-me de numa aula de 6º ano, redigir uma notícia acerca de uma partida de futebol, com a inocência da idade. Se não me falha a memória, foi acerca de um Nacional-Benfica. Já lá vão muitos anos, logo posso estar errado.
Continuando, sempre tive muita curiosidade em acompanhar tudo o que se relaciona com o desporto-rei. Claro que há 20 anos, não tínhamos os meios que, hoje, dispomos. Agora é muito mais fácil, já que temos vários canais televisivos, rádios e Internet.
Cheguei a escrever artigos que ficaram na “gaveta”. Fazia-o pelo gosto de escrever, simplesmente isso. Também nunca procurei lugar para lançá-los, talvez por receio de não ser aceite. Até que… surgiu a oportunidade!
As coisas aconteceram, quase, por acaso. Um dia, um meu amigo, todo entusiasmado, disse-me que iria fazer a reportagem para o Diário de Notícias da Madeira, dos jogos da A.D. Pontassolense, uma equipa local. Dei-lhe os parabéns e prometi ler todos os artigos assinados por ele, e fiquei a pensar que, se ele podia fazer, então eu também.
Logo na primeira reportagem, deu-se um pequeno insólito. Como prometido, li a reportagem. Eis quando olho para quem a escreveu e vejo o nome do meu amigo… e o meu apelido! Aí fez-se luz. Porque não tentar? Ele escreveu durante a época toda, de 2012/2013. No entanto, eu sabia que ele iria para a universidade e tomei coragem. Falei com ele e disse-lhe que, caso voltassem a ligar para a época seguinte, que comunicasse que tinha um candidato ao lugar. E assim fez. Certo dia, algures entre Outubro e Novembro de 2013, estava eu no café, quando recebo uma mensagem do meu amigo, via Facebook. Pedia-me urgentemente o número de telemóvel, porque tinha sido contactado e como não poderia fazer o trabalho, sugeriu-me como alternativa. Fui contactado e uma das coisas que nunca me saiu da cabeça, que ouvi nesse telefonema, foi: “mantenha-se longe de pressões”. No momento, passou-me um pouco ao lado. Achava um pouco despropositado o conselho… mais tarde, percebi o verdadeiro significado.
Encarei o grande desafio com optimismo e apreensão. Sabia que estava a trabalhar para o jornal mais lido da Madeira. E logo na primeira reportagem, tive um “grande” desafio. Tive que resumir em 500 caracteres um jogo de futebol. Na altura, achava que era um trabalho colossal, mas com o tempo fui percebendo que um artigo deste tamanho, facilmente se redigia.
Este foi apenas o primeiro ensinamento, dos muitos que adquiri ao longo de três temporadas. Também aprendi a ver futebol de forma mais racional, a trabalhar sob pressão, e o mais importante: falar com as pessoas, olhos nos olhos. Para mim, foi uma grande vitória, toda esta aprendizagem. É verdade que passei por muitas peripécias, porém ficou a vontade e o desejo de continuar com esta missão… mesmo que por momentos, seja uma verdadeira cruz!