Hoje trago-vos um livro que não é para todos.
Publicado em 1909 pela primeira vez, este livro fere a susceptibilidade daqueles que insistem em viver limitados por si próprios. Não é para os fracos de espírito, para os sofredores ou para os que continuam à espera de um milagre que lhes mude a vida. É para quem quer alterar alguma coisa em si, crescer, evoluir, sair da cepa torta talvez, tomar o comando da sua vida pois, abre os olhos a um mundo cheio de possibilidades em que cada um de nós é responsável por tudo o que lhe acontece. Dá-nos a ideia que a nossa vida não depende de forças invisíveis, externas a nós próprios e é compreensível que a aceitação desse facto não é para todos. Por isso, se queres continuar a viver na mediocridade da tua zona de conforto e culpar os outros pelas decisões que não consegues tomar então este livro não é para ti.
James Allen, o escritor deste best-seller internacional, explica que cada escolha que fazemos leva-nos até um determinado destino (consequência). Cada momento que vivemos é uma consequência do nosso livre arbítrio, cada um de nós é agente das suas próprias acções e enquanto agentes somos criadores do nosso próprio carácter e por isso temos o poder de moldar e dar forma ao nosso próprio destino. É a lei da Causa e Efeito (aprofundado na parte 3). Pode não ser nada de novo para alguns mas para muitos, esta ideia/crença, pode ser o suficiente para criar um curto-circuito mental nos mais resistentes e conservadores.
Mas não é tudo.
Para além deste filósofo britânico nascido no fim do século XX defender que o nosso presente é a síntese de todo o passado, – quem somos ou onde estamos hoje é o resultado de todas as escolhas que fizemos e de tudo o que lá está contido – relembra que o ser humano também é mutável e que a mudança é a única constante na nossa vida e por isso, em algum momento, o Homem que é mau hoje, já foi bom no passado e vice-versa. Ninguém é mau ou bom o tempo todo. Os bons já foram injustos, cometeram erros e foram cruéis em algum momento das suas vidas (virão novamente a ser) bem como os maus já foram bons ao ponto de ficarem tão magoados e de terem alterado as suas escolhas e por consequentemente o seu destino. O ponto alto desta questão é aquilo a que o autor chama a Lei da Justiça, o que muitas vezes não nos parece justo em um determinado momento é simplesmente o resultado das suas acções, não necessariamente as imediatas mas sim, as de longo prazo.
“O Homem é o agente das suas próprias ações; como tal, é o criador do seu carácter;
e, enquanto agente das suas ações e criador do seu próprio carácter ,
é ele quem molda o seu destino e lhe dá forma.”
A segunda e quarta parte deste livro abraçam a ciência do auto controlo e que é possível treinar e cultivar a vontade (até nos indica uma lista de passos a seguir). Mais à frente, o autor leva-nos numa viagem de meticulosidade, reconstrução da mente e da vida, fazendo o bom uso da concentração e claro está, da meditação.
E mais lá para o fim, chegamos a uma das partes mais importantes de toda a nossa vida, segundo o autor: o Propósito. James defende que uma vida sem propósito, é uma vida vazia e sem rumo (até tem um livro dedicado exclusivamente a este tema). A verdade é que para muitos, a falta de Propósito é, o que sem dúvida, dificulta a vida.
Para acabar está o que todos procuramos sentir: a alegria da realização. Desenganem-se os que acreditam que é fácil aqui chegar. Sem as etapas anteriores estarem bem trabalhadas, será menos provável sentir a alegria de nos tornarmos em mestres de um destino que é nosso e que só nós devemos vivenciar.