Pelos caminhos de Portugal até ao Sardoal

Recorrer ao “vá para fora cá dentro” é uma das melhores formas de fazer uma pausa na loucura do dia a dia.

Pelos caminhos de Portugal, como quem vai para a zona de transição entre o Alentejo e a Beira Baixa, mais concretamente seguindo pelo distrito de Santarém (Ribatejo), cheguei à Vila de Sardoal.

Foi pousar a bagagem e ir à descoberta do património natural, religioso e cultural.

Comecei pelo “Trilho do Pastor”, o trilho dos sentidos. Neste antigo caminho, que ligava Abrantes ao Sardoal, ouvi o tilintar das ovelhas e das cabras, senti o cheiro da natureza e observei as oliveiras centenárias e os majestosos sobreiros, que integram o património vivo do trilho. Viajei pela nossa herança cultural através das igrejas, das capelas, do Pelourinho, e das fontes e chafarizes.

Nesta terra de fé há também as crenças populares. No Chafariz das Três Bicas disseram-me para ter em atenção à bica que iria escolher para matar a sede: caso optasse pela do meio, arriscava-me a ficar enfeitiçada por esta terra e escolhê-la como morada permanente.

Nem só de natureza vive o Homem pelo que para recuperar as calorias gastas no passeio sentei-me num restaurante. Como para além dos sabores, ainda faltavam saberes e tradições a descobrir na região optei por ficar com saldo positivo de calorias deliciando-me com uma tigelada.

O sabor até pode, por algum tempo, ocupar lugar, mas o saber não. Assim sendo, parti à descoberta de algumas das 62 páginas, gravadas em pedra, a céu aberto, do livro Onde, de José Luís Peixoto, que se encontram espalhadas pelo Sardoal, Abrantes e Constância.

O evento de encerramento que abrilhantou esta minha pausa “vá para fora cá dentro” foi um bailarico escolhido na agenda cultural, onde constam as festas populares e eventos que animam esta encantadora região durante todo o ano.

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