Recorrer ao “vá para fora cá dentro” é uma das melhores formas de fazer uma pausa na loucura do dia a dia.
Pelos caminhos de Portugal, como quem vai para a zona de transição entre o Alentejo e a Beira Baixa, mais concretamente seguindo pelo distrito de Santarém (Ribatejo), cheguei à Vila de Sardoal.
Foi pousar a bagagem e ir à descoberta do património natural, religioso e cultural.
Comecei pelo “Trilho do Pastor”, o trilho dos sentidos. Neste antigo caminho, que ligava Abrantes ao Sardoal, ouvi o tilintar das ovelhas e das cabras, senti o cheiro da natureza e observei as oliveiras centenárias e os majestosos sobreiros, que integram o património vivo do trilho. Viajei pela nossa herança cultural através das igrejas, das capelas, do Pelourinho, e das fontes e chafarizes.
Nesta terra de fé há também as crenças populares. No Chafariz das Três Bicas disseram-me para ter em atenção à bica que iria escolher para matar a sede: caso optasse pela do meio, arriscava-me a ficar enfeitiçada por esta terra e escolhê-la como morada permanente.
Nem só de natureza vive o Homem pelo que para recuperar as calorias gastas no passeio sentei-me num restaurante. Como para além dos sabores, ainda faltavam saberes e tradições a descobrir na região optei por ficar com saldo positivo de calorias deliciando-me com uma tigelada.
O sabor até pode, por algum tempo, ocupar lugar, mas o saber não. Assim sendo, parti à descoberta de algumas das 62 páginas, gravadas em pedra, a céu aberto, do livro Onde, de José Luís Peixoto, que se encontram espalhadas pelo Sardoal, Abrantes e Constância.
O evento de encerramento que abrilhantou esta minha pausa “vá para fora cá dentro” foi um bailarico escolhido na agenda cultural, onde constam as festas populares e eventos que animam esta encantadora região durante todo o ano.

Pelos caminhos de Portugal até ao Sardoal
27/09/2024
Read next
Estrada Aberta
14/07/2015
Goffstown, Route 66. A primeira paragem na Califórnia da mítica estrada que impulsionou o desenvolvimento do…
3 min read
Viajar é mudar a roupa da alma.
25/11/2020
Foi em Março de 2015 que aterrei no aeroporto de Siem Reap, depois de 3 semanas de mochila às costas pelo…
3 min read
Os novos hippies
24/08/2016
São 3 meninas, de idades em escadinha, criadas ao ar livre, ao vento, ao sol e à liberdade. A mãe não as…
3 min read
Pelo Parque da Peneda
10/12/2018
Poucas vezes o trabalho me proporcionou momentos de verdadeiro prazer. Assim, tendo que me socorrer dos tempos…
3 min read
Adoro percorrer o nosso país!