Esta é a crónica dos dias, em vão passados, pensando em nadas que, por vezes, são tudo… todo o homem gosta de um bom puzzle ou, de um bom mistério, o melhor que lhe podes dar é um excelente enigma, não um qualquer, mas um de categoria, dos que sempre parecem indecifráveis, tu.
Queres ter razão? Ou, queres ser feliz?
Eles dizem que te protejas e me protejas.
Eu pergunto do quê?
Eles dizem tanta coisa.
Se o amor é uma prisão. Como dizem.
Se me aprisiona como te aprisiona, somos aprisionados um ao outro.
Se vivemos em prisão.
E o mundo é uma guerra.
Se eles dizem que estamos todos presos a algo ou alguém, mesmo quando saímos livres e queremos salvar o mundo, eles dizem que tudo vai correr bem e eu digo que não é sempre assim e que das muitas curvas desta vida, vais levar-te só a ti mesmo.
Como poderei explicar a mim que o futuro está hipotecado ou, que a vida será efémera. Mais curta do que devia.
Como poderei algum dia perdoar ao mundo os perpétuos enganos da guerra.
Como poderei esquecer quando éramos felizes. Sem nada, só felizes. Sem pedir e ter.
Eles dizem que vamos progredir e que alguma coisa nos salvará neste caminho pelos planetas. E eu digo que enquanto não olharmos para nós próprios com justiça não poderemos saber ser bons seres humanos, quanto mais explorar para lá do novo dia galáctico.
Como poderei encontrar a felicidade algum dia se… a vida está cheia de esquinas e com elas de surpresas.
Como poderei saber se os meus filhos estarão neste futuro hipotecado a prazo, talvez salvos de uma mão não divina chamada países que não assinaram o protocolo de Quioto.
Como poderei encontrar o amor se não nos esquece o mundo e as suas bombas.
Se o amor é uma prisão e se vos amo e se faço parte desta prisão, para quê lutarmos por não nos amarmos em liberdade, se todos estamos presos a uma fé de amor igual e livre que não é mais que uma utopia.
Levanto os olhos e vejo os pássaros pairando por sobre a arriba e o vento sobe, enterro os pés na areia e entrego-me em pensamentos de que muita coisa não faz sentido, muita coisa no arame. O amor é afinal aquele labirinto de espelhos das complexidades do outro. Deixa lá, o sol está à espreita e quem sabe não se vai mais embora.